Espetáculo '2060' reflete sobre solidão e homossexualidade em sessão virtual
Montagem tem apresentação gratuita na noite do domingo, 15
Solidão pode ser um sentimento que muita gente teme ao longo da vida, mas para a comunidade LGBQIA+ é praticamente um cenário que você é obrigado a aprender a lidar. A solidão, combinada a passagem do tempo, é a reflexão proposta pelo espetáculo teatral “2060”, que vai ao ar gratuitamente no domingo, 15, às 20h, no site do Espaço das Artes de Belém.
Em “2060”, a narrativa convida o telespectador a refletir sobre como se imagina daqui a 40 anos, mas vai além, e pergunta quem serão suas companhias nesse futuro. A montagem aborda a amizade e a solidão da comunidade LGBTQIA+ durante a velhice.
No estilo comédia realista, “2060” é situada em um futuro hipotético, que conta a história de cinco idosos homossexuais: Enzo, Lucas, Carlos, Regi e Alma. Todos estão lidando com diversas situações advindas do envelhecimento, e cada personagem é fruto de uma projeção idealizada por cada ator neste futuro, onde estarão com idades entre 70 e 80 anos.
Além de construir uma perspectiva de realidade para gays idosos e seus percalços, quando normalmente as pessoas não querem pensar sobre o envelhecimento, o espetáculo faz uma reflexão sobre a velhice no contexto da comunidade LGBTQIA+, no qual a passagem da idade pode significar, muitas vezes, um retorno para o “armário”.
“Somos de uma geração que as pessoas desta comunidade [LGBTQIA+] foram culturalmente impactadas a acreditar que estão fadadas à solidão, a morrer cedo de doenças ou de forma violenta”, explica Rony Hofstatter, um dos atores da montagem.
Mas não é apenas essa hipótese devastadora de futuro que a peça aborda. O ator conta que a montagem fala ainda de como as pessoas próximas são importantes na vida.
“O espetáculo fala principalmente das amizades que duram para sempre e, às vezes, vão além da própria vida. É um espetáculo para falar de vidas, levando o público à reflexão sobre ‘quem serei eu no futuro e quem estará comigo’”, complementa Hofstatter.
O projeto tem incentivo da Lei Aldir Blanc, e conta com a produção de Lauro Sousa, além de cenografia de Breno Monteiro. Rony, Lauro e Breno também dividem cena com Cássio Vitorio e Lucas Belo no palco.
A dramaturgia e encenação é de Lennon Bendelak, os figurinos são de Bonelly Pignatário e a maquiagem é de Thaís Sales. O espetáculo tem apoio do Espaço das Artes de Belém e da Companhia Paraense de Potoqueiros. A peça “2060” vai ao ar gratuitamente no domingo, 15 de agosto, às 20h, no site do Espaço das Artes de Belém.
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