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Produção do cinema brasileiro será discutida em bate-papo

Destaque de "Bacurau" reacendeu a necessidade de valorizar o cinema nacional

Vito Gemaque
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O sucesso de público e crítica do filme “Bacurau”, dirigido por Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles, é uma das boas notícias para a cultura brasileira este ano. O reconhecimento do filme lembra ao público a qualidade do cinema brasileiro que, há anos, produz trabalhos excelentes, mas que continua com dificuldades em atrair o público para as salas de cinema. O Centro de Estudos Cinematográficos (CEC) promove o debate “A importância do cinema brasileiro para o audiovisual nacional” hoje, na Casa das Artes, a partir das 18h30, com entrada franca.

Os participantes podem se inscrever na hora e ainda podem solicitar certificado de participação. Também participarão da discussão, a diretora de cinema Jorane Castro, o historiador e fotógrafo Michel Pinho e o ator Adriano Barroso. De acordo com o coordenador do CEC, o crítico Marco Antônio Moreira, a ideia é fazer um retrospecto do cinema brasileiro e discutir os problemas existentes que ainda impedem a produção nacional de ter mais espaço e reconhecimento de toda a sociedade.

“Tem vários fatores para esse desinteresse. Não é uma cosia só, um deles é termos uma certa limitação em prestigiar o produto nacional, e não é só no cinema. O cinema sofre mais com isso. O cinema brasileiro é comparado ao americano, que tem muito mais investimento e nem acho que isso faça diferença na qualidade. Um filme pode custar um milhão de reais e ser excelente, e outro custar 150 milhões de dólares e ser muito ruim. O problema é o tripé da indústria audiovisual: produção, distribuição e exibição. Quando você supera o primeiro, tem problema no segundo, e depois na terceiro. Por exemplo, 90% do que se produz no Brasil não chega a Belém, e os Estados Unidos conseguem colocar em tudo que é canto do mundo. Produzimos 120 filmes por ano e Belém chega de 10% a 20%, no máximo, disso”, aponta o crítico.

Um dos fatores positivos do cinema brasileiro é a diversidade da produção. “Cada um está fazendo aquilo que acha que tem que fazer. Quanto mais diverso o cinema melhor”, afirma. Além de “Bacurau”, Marco lista dentre os exemplos da boa safra nacional dos últimos tempos como “O Grande Circo Místico” de Carlos Diegues, “O Ano que meus Pais saíram de Férias” de Cao Hambuger, “Cinema Novo” de Eryk Rocha, “As Boas Maneiras” de Juliana Rojas e Marco Dutra, “Divino Amor” e “Boi Neon” de Gabriel Mascaro, “Que Horas Ela Volta?” de Anna Muylaert, “Big Jato” e “Febre do Rato” de Claudio Assis, e “Como nossos pais” de Laís Bodanzky e vários outros.

“A ideia é provocar uma reflexão com impressões gerais para este bate-papo. Existe ‘Bacurau’ que está fazendo muito sucesso. Esse filme ajuda a gente a avaliar de maneira melhor. Se você for assistir vê que é bem feito, bem produzido, mesmo que não goste. Essa cadeia do audiovisual está cada vez melhor, mas tem suas dificuldades. Tem muita gente se esforçando para que dê certo, o que precisa ser estimulado”, declarou.

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