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Melhor Animação figura entre as mais esperadas da premiação; confira os indicados

Apesar de grandes estúdios na disputa, produtoras não tão 'famosas' somam favoritismo

Ana Carolina Matos
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Categoria de mais recente do Oscar, Melhor Animação - criada em 2002 - é, também, uma das mais esperadas da premiação. Neste ano, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas colocou na disputa duas sequências de famosas franquias: "Como Treinar o seu Dragão 3", de Dean DeBlois, que foi produzido pela DreamWorks Animation; e Toy Story 4, dirigido por Josh Cooley, cuja produção é da Walt Disney Pictures e Pixar Animation Studios.

Concorrem, também, "Klaus", da gigante de streaming Netflix, cuja direção é de Sergio Pablos; "Link Perdido", do estúdio de animação Laika, dirigido por Chris Butler e "Perdi Meu Corpo", da produtora Xilam, sob direção de Jérémy Clapin.

Considerado um dos melhores no quesito stop-motion, o estúdio Laika pode até não ter um nome tão conhecido do público brasileiro, mas tem no currículo produções como "Coraline" e "ParaNorman". A empresa parece comandar a disputa com o filme "Link Perdido", que figura como o favorito e que, inclusive, ganhou o prêmio de Melhor Animação no Globo de Ouro de 2020.

"Aqui no Brasil, ele não ficou tão popular, mas ele foi um filme que surpreendeu lá fora em relação à recepção. Então provavelmente é o que está com mais chance de ganhar e desbancar um filme da Disney Pixar", pontua o crítico de cinema Rafael Oliveira.

"O filme se destaca muito na técnica, que é impecável, não só neste filme, como também a trabalhada em todos os filmesdo estúdio. A Laika é o estúdio que mais investe em filmes de animação em Stop Motion e são tão cuidadosos com todos os detalhes que lançam um filme novo com uma de produção em média de três em três anos", acrescenta a ilustradora e animadora Duana Aquino.

Estreia da Netflix - que no ano passado impressionou com dez indicações ao Oscar com "Roma", de Alfonso Cuáron e três estatuetas douradas - em longas de animação, o longa "Klaus" parece representar um novo momento das produções cinematográficas e chegou a arrebatar o Prêmio BAFTA de Cinema: Melhor Animação.

"O Klaus está representando principalmente o novo abraço que a Academia tá concedendo pra filmes que estão indo pra Netflix", avalia. "Nada mais justo do que também reconhecer uma animação que tá dentro do streaming e foi bem recebida pelo público também", acrescenta Rafael Oliveira. 

Para Duana Aquino, o longa tem um bom diferencial. "O filme arrasa na criatividade, contando com uma estética 2D, que confundiam muita gente (inclusive eu mesma) que achou que o filme tinha sido feito em 3D. E com muitas referências aos filmes tradicionais 2D da Disney", afirma.  

Com orçamento pomposo de R$200 milhões, "Toy Story 4" traz um novo personagem: Forky, o garfinho feito de um garfo comum de cozinha. Na história, antigos e novos amigos se encontram na animação. A Pixar parece não ter "largado o osso", após o antecessor da sequência bater o recorde histórico para franquia, com indicações a cinco Oscars e vitória de duas estatuetas em 2010. O filme também disputa o título de Melhor Canção Original, com a música "I Can’t Let You Throw Yourself Away".

Para o diretor de animação Andrei Miralha, é difícil avaliar a produção sozinha. "É como se fosse um episódio de uma série. Então, é difícil avaliá-lo somente como um filme. Nesse ponto, é interessante ver a mudança de protagonismo na sequência dos quatro filmes, que inicia com o menino Andy no primeiro filme e passa para a menina Bonnie nesse mais recente filme. Uma coisa que chama atenção, é como os filmes incorporam o espírito do seu tempo. Um exemplo disso é observar como a personagem Betty, que no primeiro filme, lançado nos anos 90, aparece como uma romântica pastora de ovelhas e ressurge em 2019 como uma Girl Power de calças e capa feita com sua antiga saia", pontua.

Sequências, segundo Rafael Oliveira, podem não ser tão bem vistas assim pela Academia. "Apesar de ser da Pixar, ele vai sofrer um certo preconceito por ser o quarto capítulo de uma franquia. A academia sempre reserva um preconceito contra continuações, ainda mais quando é pra premiar como "melhor alguma coisa". Esse mesmo caso vai acometer 'Como Treinar o Seu Dragão 3', que não foi tão popular mas está presente na lista", compara o crítico. 

Uma impensável animação francesa, 'Perdi meu corpo', que marca a estreia do diretor Jéréme Clapin, também incorpora a lista. Para o animador Andrei Miralha, trata-se de "um filme sensível", que cativa pelas "sequências poéticas e extremamente criativas".

"O filme apresenta duas trajetórias paralelas, uma do corpo, a história do jovem francês Naofel, e outra da sua consciente mão decepada, que rende cenas incríveis! É interessante observar como uma personagem "mão" pode nos levar para uma fantástica e encantadora viagem de retorno, com cenas que só a animação pode realizar. Do outro lado, temos a comovente história de um garoto meio deslocado no mundo em busca de um amor e de lugar, que . É um tipo de animação que me agrada mais, é feito em desenho animado, e foge da já batida estética de computação gráfica 3D das grandes franquias de animação hollywoodianas, que já não me cativam tanto. Mas é provável que uma dessas animações em 3D leve o Oscar, afinal, essa premiação pertence ao cinema americano", conclui Andrei Miralha.  

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