Compositor de trilhas sonoras de filmes, Ennio Morricone morre aos 91 anos

Ele compôs trilhas sonoras para cerca de 500 longas durante sua carreira

Reuters e Agência Estado
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Ennio Morricone, compositor italiano cujas trilhas sonoras arrepiantes de faroestes espaguete como 'Por Um Punhado de Dólares' e 'Três Homens em Conflito' ajudaram a definir uma era do cinema, morreu aos 91 anos, disse seu advogado nesta segunda-feira (6).

Morricone havia fraturado o fêmur 10 dias atrás e morreu "ao amanhecer" em uma clínica de Roma, disse Giorgio Assumma à Reuters, confirmando reportagens anteriores do serviço de notícias italiano Ansa.

Nascido em Roma em 1928, Morricone compôs trilhas sonoras para cerca de 500 filmes, mas seu nome foi associado ao do diretor Sergio Leone, com o qual trabalhou em faroestes espaguete e no drama criminal épico Era Uma Vez na América.

Morricone atuou em quase todos os gêneros de filme, do horror à comédia, e algumas de suas melodias talvez sejam mais famosas do que os títulos para os quais as compôs.

"Lembraremos para sempre, com gratidão infinita, o gênio artístico do maestro Ennio Morricone. Ele nos fez sonhar, nos comoveu... compondo notas memoráveis que serão inesquecíveis na história da música e do cinema", escreveu o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, no Twitter.

O funeral do compositor será uma cerimônia particular, "em respeito à humildade que inspirou toda a sua vida", disse Assumma.

O produtor de cinema e conterrâneo Aurelio De Laurentiis disse: "Com Ennio Morricone se vai uma parte do cinema mundial. Sua humildade, combinada com uma grandeza da qual nunca se gabou, lhe permitiu apoiar filmes grandes e pequenos, dando-lhes uma alma única que os tornou perfeitos e inesquecíveis".

Morricone deixa a esposa, Maria, e os três filhos, Andrea, compositor e maestro, Giovanni e Marco e a filha, Alessandra.

Trajetória

O prolífico músico compôs quase 500 trilhas sonoras, incluindo temas inesquecíveis como o assovio de Três Homens em Conflito (1966), ou o magnífico solo de oboé de A Missão (1986). Tem o mérito de ser o autor de melodias que milhões de pessoas, cinéfilas ou não, conhecem ou sabem cantarolar.

Em 2016, venceu o Oscar pela trilha sonora do filme Os Oito Odiados, de Quentin Tarantino. Em 2007, já havia recebido um Oscar honorário por sua abundante e elogiada carreira musical.

Há apenas alguns dias, Morricone foi anunciado o vencedor, ao lado do também compositor John Williams, com o prêmio Princesa das Astúrias das Artes na Espanha. 

Morricone começou a compor aos seis anos. Aos 10, foi matriculado em um curso de trompete da prestigiosa Academia Nacional Santa Cecília de Roma. Também estudou composição, orquestra e órgão. Em 1961, aos 33 anos, estreou no cinema com a música de O Fascista, de Luciano Salce.

Além das duas estatuetas do Oscar, Morricone também foi premiado com Globos de Ouro e Grammys, compôs óperas e canções para artistas pop, em uma prolongada carreira que encerrou de maneira brilhante em 2018 com uma turnê mundial de despedida.

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