Charlize Theron volta à ação em novo filme 'The Old Guard'

Produção entra hoje no catálogo da Netflix

Agência Estado
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Charlize Theron não estranha mais papéis em filmes de ação: depois do marco com a Imperatriz Furiosa em Mad Max: Estrada da Fúria (2015) e a agente Lorraine Broughton em Atômica (2017), a atriz tomou um desvio para interpretar a jornalista Megyn Kelly no drama O Escândalo (2019), que lhe rendeu indicações para os principais prêmios do cinema americano.

Agora, a estrela sul-africana, cotada para ingressar no "universo Marvel", volta ao mundo das grandes produções com The Old Guard, novo filme da Netflix que estreia nesta sexta-feira, 10.

O filme é uma adaptação dos quadrinhos do vencedor do prêmio Eisner Greg Rucka e do ilustrador argentino Leandro Fernández, publicados em 2017 pela Image Comics. A história segue um grupo de heróis inexplicavelmente imortais, que vagueiam pelos séculos lidando com questões filosóficas incomuns.

A trajetória do grupo, liderado por Andrômaca de Scythia (Theron), é colocada à prova quando uma conspiração comandada por um ex-agente da CIA (Chiwetel Ejiofor, de 12 Anos de Escravidão) sai pela culatra, e os viajantes do tempo são capturados por um ganancioso e inconsequente líder da indústria farmacêutica em busca da fórmula da vida eterna. Salvar o grupo será a missão da mais nova imortal, Nile (Kiki Layne, de Se A Rua Beale Falasse).

"Mesmo antes dos tempos que vivemos (com a pandemia e os protestos antirracistas ganhando força), o filme é muito sobre a condição humana, e sobre como questionamos a própria humanidade, no sentido do que ela pode fazer de bom ou ruim", diz Theron, protagonista e também produtora executiva de The Old Guard.

"Nunca poderíamos planejar lançar o filme neste momento. Talvez isso soe trivial, dada a necessidade real de coisas para salvar vidas neste momento, mas quero acreditar que há algo para a alma aqui, espero que possa ser inspirador em algum momento."

Em uma coletiva de imprensa virtual com veículos da América Latina, a atriz explicou que usa, sim, dublês em cenas mais perigosas, desmentindo um mito de Hollywood que vem de anos. "Quando fazemos lutas, elas são desenhadas para os atores. Tentamos muito ser capazes de contar aquela narrativa de um modo físico. Há cenas, porém, em que dublês são tão importantes, não quero minimizar o trabalho incrível deles. Mas é importante para mim ser capaz de contar a narrativa nessas cenas físicas também "

No início do filme, Nile (Layne) é uma fuzileira naval do exército americano na guerra do Afeganistão que sobrevive sem explicação a uma ferida mortal perpetrada por um homem que mantém mulheres como reféns.

Essa habilidade extraordinária a conecta com um grupo de imortais que vagam pelos séculos tentando encontrar sentido para sua própria imortalidade, o dilema filosófico central do filme. A equipe é liderada por Andy (Charlize Theron), cujos questionamentos sobre a validade de seu talento extraordinário permanecem sem respostas. A presença de Nile, personagem de bondade e senso de ética rígidos, porém, empurra Andy para uma possível nova perspectiva de vida.

A diretora Gina Prince-Bythewood vem do cinema independente - seu primeiro filme, Love & Basketball (2000), estreou no Festival de Cinema de Sundance e foi mais tarde premiado. The Old Guard é a sua primeira investida no "cinemão" americano.

"Meu último filme tinha sido um de US$ 7 milhões, e esse, bem, é de muito mais", diz a diretora. "Mas o que é interessante é que um amigo (Rian Johnson, do último 'Star Wars') me disse que não importa o tamanho de um orçamento, mas é preciso contar uma boa história antes de tudo." Claro que os efeitos e "brinquedos", como ela chama as vantagens do grande orçamento, ajudaram muito: o filme é recheado de cenas de luta, tiroteios e explosões.

"Andy, de várias maneiras, carrega uma fardo de dor e luto", explica Rucka, sobre a personagem principal. "Não há ninguém que possa entender pelo que ela passou, e ela também está cansada. Mas acredito que a gente mede o poder dos heróis pelo que eles têm de enfrentar e, nesse caso, acho que o que ela precisa enfrentar é ela mesma."

No filme, a personagem de Charlize tem nos amigos imortais Booker (Matthias Schoenaerts), Joe (Marwan Kenzari) e Nicky (Luca Marinelli) a única espécie de família em muito tempo - ela é a mais velha, e seus entes queridos ficaram num passado distante. Já Nile, tomada pela descoberta de sua nova habilidade, precisa encarar o fato de que sua família não poderá acompanhá-la na jornada.

Apesar de ter sido filmado apenas no Marrocos e no Reino Unido, o filme passa por diversos países e épocas, o que lhe empresta um sentido de globalização e intercâmbio cultural, assuntos temidos ou evitados por diversos líderes políticos globais no século 21, fortemente contrários à imigração, por exemplo. Ao mesmo tempo, a história também traz reflexões sinceras sobre mortalidade e luto - um bom pacote, afinal.

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