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Caso macabro de crianças mutiladas em Altamira vira tema de documentário

Ao todo, seis crianças foram mortas em condições brutais e outras cinco segue desaparecidas até hoje

O Liberal

Entre 1989 e 1992, uma série de crimes macabros foram investigados em Altamira, no sudoeste do Pará: sequestro e mutilação de corpos, sobretudo na área genital, de meninos entre 8 e 14 anos. O caso, que ficou conhecido como “Os Meninos Emasculados de Altamira” e trouxe atenção internacional para a cidade paraense, agora vai ser tema de documentário da Globoplay. As informações são do Canal Tech.

 

 

A produção deve seguir a tendência do “O Caso Evandro”, aposta de sucesso da plataforma no gênero true crime. Os casos são repletos de semelhanças: morte de crianças, supostos rituais, investigações questionáveis, problemas processuais e um debate legal que pode ter deixado inocentes na cadeia. Além disso, os crimes aconteceram em próximos e em circunstâncias parecidas.

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Ao todo, seis crianças foram mortas, em Altamira, em condições brutais e outras cinco segue desaparecidas até hoje. Outros três meninos sobreviveram a esses ataques, apesar de também terem sido emasculados — ou seja, castrados. Os relatos sobre as condições em que esses garotos foram encontrados são chocantes, com sinais de tortura, violência sexual e remoção de corpos.

Algumas pessoas foram detidas durante as lentas investigações, mas os principais suspeitos foram os médicos Césio Brandão e Anísio Ferreira de Sousa, presos em 1993. Eles tinham se mudado recentemente para a cidade e, segundo testemunhas, faziam parte de uma seita de origem paranaense, na mesma época em que estourou o caso Evandro no estado.

O desfecho, porém, deixou muitas lacunas abertas, que devem ser abordadas na produção da Globo. Para Ivan Mizanzuk, consultor do documentário “O Caso Evandro”, o caso dos meninos está relacionado ao “pânico satânico”, um fenômeno que relaciona crimes a teorias da conspiração envolvendo religiões, e que tenta encaixar homicídios do tipo como se fossem práticas de magia.

“O desespero do caso de Altamira é que tem gente que está presa até hoje, que perdeu a vida inteira”, continua Mizanzuk em seu podcast. “Mesmo tendo um serial killer notável assumindo os casos, as pessoas não foram absolvidas”.

Sim, também há a participação de um serial killer na história. Meses após os julgamentos, uma nova onda de sequestros e mortes de crianças foi registrada próximas a São Luís, no Maranhão. 30 crianças foram mortas nas mesmas condições do Pará e, em 2003, Francisco das Chagas foi preso por esses crimes e ainda assumiu a autoria das emasculações em Altamira. Segundo as autoridades, Chagas realmente esteve algumas vezes no município paraense e as datas coincidem com os assassinatos dos meninos.

O problema é que a polícia do Pará não aceita a versão do serial killer, chegando a alegar que a confissão teria sido forjada para tentar inocentar os condenados. Para complicar ainda mais, Chagas é levado até Altamira para fazer a reconstituição dos crimes e ele passa a dizer que não reconhece os locais e nega a autoria das mortes.

A situação é tão complicada que já chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em um habeas corpus emitido pelo ministro Marco Aurélio Mello, ele descreve o caso como “o maior erro judiciário da Justiça brasileira”. Ainda assim, o caso não andou mais.

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