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Belém recebe 3ª Mostra Sesc de Cinema, com exibição de curtas e longas

Programação conta também com debates e apresentações musicais

Ana Carolina Matos
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Mais uma edição da 3ª Mostra Sesc de Cinema percorre o país para promover, renovar e facilitar o acesso ao circuito cinematográfico nacional. Desta vez, a programação realizada pelo Serviço Social do Comércio (Sesc) conta com uma novidade: médias-metragens também entraram na seleção, além dos tradicionais curtas e longas.

No Pará, a programação tem início nesta terça-feira, 12, e segue até sábado, 16, das 15h, às 21h, no Centro de Cultura e Turismo Sesc Ver-o-Peso, em Belém. Na capital paraense, a iniciativa contará também com debates sobre as produções e temas relacionados ao atual cenário do audiovisual no país mediados por Lorenna Montenegro e apresentações musicais. A entrada é gratuita.

Neste ano, o concurso recebeu inscrições de 1200 participantes, de 210 cidades. Nos dois panoramas principais, Brasil e Infanto-juvenil, foram selecionados 12 curtas, 20 médias e 10 longas que serão exibidos no país inteiro. Há, ainda, obras selecionadas para os panoramas estaduais ou regionais, que serão exibidas somente nos respectivos estados e/ou região.

Nesta edição, o evento homenageia também Adélia Sampaio, a primeira mulher negra a dirigir um longa-metragem no Brasil, o filme "Amor Maldito", de 1984.

Em Belém, a programação tem início nesta terça-feira, 12, com as seguintes exibições: "Chamando os ventos", de Marcelo Rodrigues (2018) e "A Besta Pop", de Artur Tadaiesky, Fillipe Rodrigues e Rafael B. Silva (2018). A classificação é de 16 anos. Após o debate, as multi-instrumentistas paraenses Beá e Renata Beckmann, da Guitarrada das Manas, fazem show no Centro de Cultura e Turismo Sesc Ver-o-Peso.

Já na quarta-feira, 13, serão exibidos os filmes "Josefina", de Zienhe Castro; "Musa Pagã", de Fillipe Rodrigues; "Ano 3000", de Felipe Mendonça e "O vendedor de galinhas", de Bruno Cecim (PA). A classificação é de 14 anos. Após o debate, terá show de Elder Effe & os Comparsas.

Na quinta-feira, 14, serão exibidas as produções "Dandara", de Lucas Moraga; "A Luz do Sol", de Edielson Shinohara; "Manas Kill", de Edielson Shinohara e "Batalha do Livramento", de Nassif Jordy. A classificação é de 14 anos. Logo após o debate, Thais Badu assume a programação musical.

Já no sábado, 16, o último dia da mostra contará com as produções "Nº 7 o filme", de Filipe da Silva Santos; "Tambores Afro Uruguaios", de Naouel Laamiri e Rafael Ferreira; "Posseidon é cabra, abelha e o movimento dos barcos”, de Danielle Fonseca e "Na rede", de Mateus Moura. A classificação é de 18 anos. Um show de Mateus Moura encerra a programação logo após os debates.

DOCUMENTÁRIO

O fotógrafo e documentarista paraense Bruno Cecim integra a lista de selecionados da mostra com o documentário "O vendedor de galinhas". Gravado em uma feira aberta de Parauapebas, no sudeste paraense, a produção retrata o cotidiano de venda e abate de galinhas, com todas as precariedades e tensões que envolvem o sacrifício sem estrutura de animais para o consumo humano.

Ele explica ainda que a dinâmica desordenada da feira o instigou a gravar as imagens no local, que posteriormente deram vida ao documentário.

"Eu nunca tinha visto dessa forma. Achei uma coisa meio medieval, meio precária... Aquela coisa de matar com aquele equipamento que eles usam. É interessante também porque pra eles é natural. Tem um fala de uma das personagens que resume muito no documentário. Muitas pessoas gostam de comer, mas nem todo mundo gosta de ver como é feito, como é abatido, no caso. Nem todo mundo tá preparado", conta.

Segundo ele, as gravações foram se desenrolando em um único dia e sem uma ideia específica. "Eu fiz um filme sem roteiro, fui retratar uma situação e não sabia muito bem onde que ia dar. A criação foi feita na hora e contou muito com o acaso".

Para deixar as pessoas à vontade, ele disse ainda que se utilizou de aparelhos discretos, que deixassem os personagens à vontade. "Eu optei filmar com uma GoPro que é uma camerazinha pequena pra não inibir as pessoas, pra ser uma coisa meio disfarçada. Eu também tinha só uma pessoa que tava me ajudando na produção, a Brida Pantoja. Ela captava o som pra mim e eu filmava com a câmera", relembra.

O cineasta explica ainda que apostou na força das imagens para esta produção. "Esse documentário começa com os depoimentos, com a feira. E aí eu deixei essa parte um pouco mais pesada, mais tensa pro final. Atuo com direção de fotografia, então exploro muito a questão das imagens. São cenas fortes mas depende também pouco da cultura e do modo de enxergar das pessoas", detalha.

"Além disso, também tem a trilha sonora, que é uma coisa que entra muito na construção do filme e que vai ajudando nessa narrativa pra mostrar esse ritual que é esse processo do abate e a forma como ele é feito. Eu quis fazer um documentário com uma pegada mais poética", enfatiza.

Segundo Cecim, o objetivo foi não só retratar o cotidiano de uma feira no interior do Pará como também lançar reflexões sobre o direito dos animais. "Minha ideia foi criar meio que um olhar sobre essa questão do consumo e de como é feita essa prática em algumas cidades", pontua  o diretor.

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