Caetano Veloso é uma das atrações da Feira Literária de Paraty

Nesta sexta-feira, 4), às 16h, o público poderá conferir a mesa Florestas, com o escritor norte-americano Jonathan Safran Foer e a escritora brasileira Márcia Kambeba

Agências Estado e Brasil

A pandemia da covid-19 alterou todo o calendário das feiras literárias, no Brasil e no mundo. Com a proibição de aglomerações, os debates deixaram de ser presenciais e se transformaram em eventos on-line, pela internet. Por isso, o mais importante evento nacional, a Festa Literária Internacional de Paraty, começou nesta quinta-feira, 3, sua 18ª e mais inusual edição. Nenhum escritor ou leitor vai enfrentar o acidentado calçamento da cidade histórica: as tradicionais mesas serão acompanhadas pelo site e redes sociais da Flip.

O primeiro encontro reuniu dois nomes de peso, a inglesa Bernardine Evaristo (autora de um dos mais instigantes livros do ano, Garota, Mulher, Outras, editado pela Companhia das Letras) e a brasileira Stephanie Borges, autora dos vigorosos versos de Talvez Precisemos de Um Nome Para Isso. Outras nove mesas serão realizadas até domingo, 6, incluindo a participação de nomes como o cantor e compositor Caetano Veloso.

"Este é um ano atípico, por isso optamos por este formato", explica Mauro Munhoz, diretor artístico do evento. "A Flip Virtual contará com uma linguagem própria, que respeita o sentido original e o espírito da Festa: ser mais que um mero evento, estabelecendo uma relação duradoura e permeável com Paraty." A edição será atípica também por não contar com a presença de um curador nem de um autor homenageado. A jornalista e editora Fernanda Diamant deixou a função de curadora em agosto - e, desde então, não houve substituição.

Já a questão da homenagem, o nome anunciado (a escritora americana Elizabeth Bishop) despertou diversas críticas, transformando o que seria um tributo em um dilema. Daí a decisão por não haver um escolhido. Finalmente, como houve uma queda significativa de receita, a Flip lançou uma campanha de financiamento coletivo para manter o projeto educativo (especialmente a Flipinha) até março de 2021.

A programação será totalmente livre e gratuita e pode ser acompanhada no site www.flip.org.br, no YouTube/flipfestaliteraria e nas redes sociais. A festa é composta por mesas transmitidas ao vivo e vídeos gravados antecipadamente, com convidados internacionais e autores nacionais, além de artistas e escritores de Paraty.

Nesta sexta-feira (4), às 16h, o público poderá conferir a mesa Florestas, com o escritor norte-americano Jonathan Safran Foer e a escritora brasileira Márcia Kambeba, que discutirão os impactos da ação humana sobre o clima e a importância da natureza para a educação indígena, sob mediação da jornalista Jennifer Ann Thomas, especializada em meio ambiente.

Às 18h, na mesa Elieen para presidente!, a autora Eileen Myles, de Chelsea Girls, se encontra com suas tradutoras brasileiras Bruna Beber e Mariana Ruggieri e fala sobre a trajetória como poeta, performer, romancista e jornalista. Às 20h30, será realizada a mesa Animais abatidos, com as escritoras Pilar Quintana e Ana Paula Maia. As duas romancistas sul-americanas, uma colombiana e outra brasileira, falam sobre seus personagens que vivem em contextos ordinários, mas que acabam se defrontando com aspectos absurdos da vida.

Caetano Veloso

No sábado (5), a mesa das 16h abordará o autoritarismo, com a historiadora Lilia Moritz Schwarcz, que vai refletir sobre as raízes do autoritarismo brasileiro. Segue-se, às 18h, a mesa Ancestralidades, com o nigeriano Chigozie Obioma e o brasileiro Itamar Vieira Júnior. Os dois romancistas debatem a vida rural de personagens que vivem às voltas com religiões de matriz africana.

Encerrando o dia, às 20h30, está programada a mesa Transições, com o músico e compositor brasileiro Caetano Veloso e o filósofo espanhol Paul B. Preciado. O tema central é a liberdade.

No domingo (6), último dia da Flip, às 20h30, a mesa que encerrará as apresentações da Flip 2020 será Zé Kleber: Slam. Nela, será registrado o encontro entre Nathalia Leal, uma das idealizadoras do Slam de Quinta, que acontece toda quinta-feira na rodoviária de Paraty, e Luz Ribeiro, primeira mulher a vencer o Slam BR – campeonato brasileiro de Slam. Slam, ou ou Poetry Slams, pode ser definido como batalha de poesia falada.

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