'Boiuna' no Festival de Gramado: elenco celebra destaque da arte nortista e pede ajuda para viagem
Filme paraense foi escolhido entre mais de 1.000 filmes e recebeu nove indicações a um dos eventos mais importantes de celebração e premiação das produções audiovisuais do Brasil e da América Latina

Inspirado na história da Cobra Grande, figura ancestral que habita o imaginário amazônico e a vida ribeirinha, o filme paraense “Boiuna” recebeu nove indicações do Festival de Cinema de Gramado, um dos eventos mais importantes de celebração e estreia das produções audiovisuais do Brasil e da América Latina.
A conquista foi comemorada nesta quinta-feira (17), nas redes sociais da produtora Água de Rio, responsável pelo filme de 20 minutos, anunciando as indicações:
- Melhor Filme
- Melhor Direção
- Melhor Roteiro
- Melhor Atriz
- Melhor Trilha Musical
- Melhor Desenho de Som
- Melhor Direção de Fotografia
- Melhor Direção
- Melhor Montagem
Segundo a produtora, Boiuna foi selecionado entre 1.090 filmes inscritos e agora integra a lista dos 12 curtas-metragens brasileiros escolhidos para o evento - produzido, inclusive, com incentivo da Lei Paulo Gustavo e do apoio de empresas privadas - que concorrem ao Kikito, nome dado à estatueta do festival.
Representatividade
Em entrevista exclusiva ao Grupo Liberal, a atriz Naieme, que interpreta Jaque na obra, contou que a indicação do curta ao evento é mais uma prova de que a produção audiovisual feita no Norte e na Amazônia é tão potencial quanto de outras regiões do país.
“Acredito que traz um reconhecimento de um trabalho que eu realizo há bastante tempo. É uma assinatura de qualidade no que fazemos no cinema aqui no norte. Entregamos excelência”, pontua a artista.
Ela conta ainda que ficou surpresa com as indicações ao festival, mas contente ao perceber que a arte feita pelos nortistas e no Norte está cada vez ganhando mais notorietade no cinema nacional e mundial.
“Confesso que eu imaginava um reconhecimento local, em Belém, nos festivais de cinema da nossa região. E o filme ter 9 indicações no festival de Gramado só demonstra o quanto o cinema paraense é potência nacional e o quanto o cinema brasileiro quer conhecer cada vez mais nossos talentos da região norte. Não só pro Brasil, mas pro mundo todo ver.” disse Naieme.
Diretora e roteirista do filme, a cineasta paraense Adriana de Faria também conversou com a redação e comentou sobre a representatividade que o filme traz, tanto na produção quanto na tela.
“Acredito que um filme feito por uma equipe majoritariamente nortista já é algo único para o cenário dos festivais, seja pela propriedade com que retratamos nossa própria cultura, seja pelo aspecto técnico que o filme imprime. De alguma maneira, a potência do nosso fazer artístico despertou o interesse dos curadores, e os primeiros retornos que temos do público paraense é justamente essa identificação com o que se vê na tela.”
Filmado em Benevides, Benfica e Ilha do Combu, o curta contou com 70 integrantes na produção.
Trilha sonora e sensações
Na parte da direção musical do filme, Yuri Reiner comenta que a trilha sonora do curta já vinha sido lapidada há um tempo, pois nasceu do projeto de mestrado de Pratagy.
“A gente acabou fazendo uma grande junção entre minha ‘vibe’ e a do Pratagy. Foi bem interessante o processo. Foi de compartilhar, de fazer arte. Estava todo mundo a fim de curtir um bom som do filme!”, diz ele.
Ele conta que uma das partes mais marcantes do filme é durante a transformação da Boiuna. “É um momento muito mágico. A gente tentou ao máximo deixar as coisas ao mesmo tempo fantásticas, psicodélicas e suspense no ar. A gente foi bem certeiro nessas sensações que a gente queria despertar.
Arrecadação para a viagem
O Festival de Cinema de Gramado (RS) será realizado de 13 a 23 de agosto, e o filme paraense será exibido no dia 18, no tradicional Palácio dos Festivais, disputando o Troféu Kikito em nove categorias.
Para a ida ao evento, o elenco de “Boiuna” iniciou uma arrecadação on-line para custear a viagem até a cidade de Gramado, e a ajuda financeira pode ser feita por PIX, através da chave: boiunafilme@gmail.com.
“Sabemos que o deslocamento do Norte ao Sul é custoso e estar presente nesse espaço é levar o cinema paraense, nossa cultura e memória ao centro da cena nacional, por isso precisamos de ajuda”, disse a diretora do filme.
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