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Carla Diaz falou sobre descoberta de câncer dias antes de estrear no BBB 21

Em entrevista para o Extra, atriz desabafou os problemas enfrentados em 2020

Extra

Se conseguir levar bem os cem dias do jogo proposto pelo reality show, a atriz Carla Diaz pode embolsar o prêmio milionário do “Big Brother”. De quebra, ficará “expondo a figura” em dose tripla na Globo: já tem causado no horário nobre como Carine, rival de Bibi Perigosa (Juliana Paes) em “A força do querer”; e, à tarde, pode ser vista no “Vale a pena ver de novo”, como Raquelzinha, em “Laços de família”.

— Foi uma grande surpresa pra mim ter três novelas minhas reprisadas durante a quarentena (“O clone” foi reexibida pelo canal Viva até agosto) — celebra a atriz, que passou por um turbilhão individual no ano passado, simultaneamente à pandemia do coronavírus, às vésperas de completar 30 anos, em novembro: — A descoberta do câncer na tireoide foi o maior susto da minha vida. Assim como superei a fase ruim, desejo que o mundo todo recupere a saúde neste 2021.

image Atriz tem 30 anos e 28 só de carreira artística (Reprodução Instagram)

Ansiedade à flor da pele

“Uma semana antes da pré-estreia dos filmes ‘A menina que matou os pais’ e ‘O menino que matou meus pais’ (leia mais sobre as produções no fim da reportagem), veio a pandemia, e os cinemas fecharam. Eu estava com a ansiedade a mil para esse lançamento, e entrei numa fase muito reflexiva. A frase que eu mais usava era: ‘Mãe, o que vai ser da minha vida?’. Porque é difícil ser artista e brasileira. Não sou de família rica. Trabalho desde os meus 2 anos de idade, amo o que faço, mas é muita instabilidade. Vários amigos artistas tiveram que voltar para a casa de seus pais porque ficaram sem trabalho e as contas não paravam de chegar. Mas a vida é tão louca, que dá respostas pra gente das mais variadas formas. A minha foi: ‘Carla, você tem coisas mais importantes com o que se preocupar’. Aí veio a descoberta do nódulo”.

A descoberta do nódulo

“O nódulo não tem sintoma algum, hoje eu sei, depois de tudo o que passei. Mas senti um desconforto no pescoço, uma sensação como se tivesse alguém apertando, e falta de ar constante, sempre depois do jantar, quando eu relaxava no sofá. Minha mãe tem hipotiroidismo, e levantou essa hipótese quando comentei com ela. Minha ginecologista me recomendou exames de rotina, e fiz um ultrassom, que descobriu um nódulo suspeito. Aí fui encaminhada para o endocrinologista. O médico me disse com toda a delicadeza do mundo que eu precisaria passar por uma biópsia. Foi quando comecei a me preocupar com coisas que, de fato, são importantes. Isso foi em julho. Tive que fazer duas biópsias, porque a primeira deu resultado indeterminado. É uma punção, em que colocam uma agulhinha no seu pescoço para chegar ao nódulo. A segunda detectou categoria 5 de malignidade. Foram três meses de tensão da descoberta de que era câncer até a cirurgia, em outubro. Um medo...”.

O apoio dos fãs

“No mesmo dia em que descobri o nódulo, ainda sem saber se era maligno, recebi uma homenagem, um clipe que meus fãs fizeram pra mim. Eles nem imaginavam pelo que eu estava passando. Isso me tocou muito. Emocionada, eu fui aos stories do Instagram falar que eles estavam me dando força sem saber. E acabei chorando, dividindo minha angústia com meus fãs. Muita gente coloca o artista no lugar de intocável, de perfeito. Somos seres humanos, que passam por vitórias e por problemas”.

Sem marcas

“Acompanhando minha mãe numa consulta ao otorrino, comentei com ele sobre a cirurgia pela qual eu precisaria passar. Ele me examinou também e diagnosticou que a sensação que eu tinha de aperto na garganta era causada por um refluxo. Não tinha a ver com a tireoide, mas me ajudou a descobrir o nódulo. Nada é por acaso, né? Além disso, ele me sugeriu fazer a retirada pela boca, um método novo que um amigo dele trouxe dos Estados Unidos. Na Ásia, essa operação é muito difundida, por uma questão cultural: as asiáticas que tinham marcas no pescoço, antigamente, eram consideradas adúlteras. Passei pela cirurgia indicada e não fiquei com cicatriz aparente. Como meu corpo é meu instrumento de trabalho de atriz, foi bom”.

A cura

“O nódulo era único e de um lado só da tireoide. Como era muito pequeno e foi descoberto logo no início, só tirei metade da glândula. Não precisei fazer iodoterapia, nenhum outro tratamento. A cura se deu com a cirurgia. Quando o médico me falou: ‘Você está curada, agora é vida normal’, foi a minha maior alegria. De seis em seis meses, vou ter que fazer exames para ver se a glândula está funcionando direitinho. Mas, por enquanto, tudo ok comigo”.

Andar com fé

“A fé foi fundamental nesse período de incertezas. Eu digo que minha religião é Deus. Ser positiva me ajudou muito. Não foi fácil, eu sei quantas noites fiquei sem dormir. Mas me apeguei a uma energia superior, que me tranquilizou nos momentos mais complicados. Eu passei por várias fases. No dia em que descobri o nódulo, chorei muito. Mas, como o resultado da biópsia demorou, acho que o tempo e a força dos fãs e dos amigos foram me preparando psicologicamente para superar tudo. Quando soube que era maligno, óbvio, foi um susto, mas estava mais preparada”.

Drama documentado

“Até hoje, recebo mensagens de fãs desesperados, que passaram ou ainda passam pela mesma situação. Por isso, o documentário (‘Metamorfose’, de 15 minutos, está disponível no IGTV da atriz). Eu quis orientar quem pede a minha ajuda, entrevistando médicos especialistas. Pensei: tenho tantos seguidores, minha vida é exposta há tanto tempo, tem que haver um propósito além do trabalho. Queria passar algo de útil. Tudo foi feito de maneira caseira. Chamei um amigo diretor e criamos a simbologia da comparação entre a tireoide e a borboleta, porque a glândula tem esse formato. Minha piração foi querer gravar num borboletário, e achei um no interior de São Paulo. E aí teve uma borboleta que cismou comigo. Ela não desgrudava, posava na minha mão, no meu nariz, no meu peito. Quando fui reparar, tinha uma asinha quebrada. Era igual a mim. Estava querendo dizer que uma parte da minha asa estava pela metade, mas ia ficar tudo bem, eu ia voar da mesma forma. Eu saí de lá tendo a certeza de que tudo ia dar certo”.

Dança dos famosos

“Fui sondada para a última edição do ‘Dança dos famosos’, perguntaram se eu gostaria de participar. Aconteceu depois da primeira biópsia, que deu resultado indeterminado. Falei pro meu médico: ‘Pode surgir um trabalho que é o meu sonho, e eu quero estar apta a dar cambalhotas, fazer acrobacias...’. Mas acabei descobrindo que teria que operar. Adoro esses realities, e dança sempre esteve muito presente em todos os meus personagens. Em ‘Chiquititas’, eu sassaricava; em ‘O clone’ tinha a dança do ventre; quando eu fiz a Dorothy do ‘Mágico de Oz’ no teatro, tive que aprender sapateado; para Carine, precisei treinar funk... Enfim, não foi dessa vez. Eu nem sei se meu nome chegaria até a seleção final, mas ainda é uma grande vontade”.

O sucesso das novinhas

“Gloria Perez me deu dois presentes. Primeiro, Khadija, com quem ela me apresentou para o mundo quando eu ainda era criança. ‘O clone’ é uma das novelas mais vendidas internacionalmente. Já fui reconhecida pela personagem nos Estados Unidos, no Uruguai, em Portugal, na Argentina... Recebo mensagens de vários países, até da Rússia! Descobri que lá ‘O clone’ é tipo ‘Chaves’, passa direto na TV. Depois, veio Carine, que mexeu com o público de uma forma diferente. Foi minha primeira personagem mais adulta. Longe da menina doce e ingênua, era uma mulher determinada e inconsequente. E moradora de comunidade, com uma cultura bem diferente da minha. Aí que está a magia do meu trabalho”.

Confinamento

“Quando a pandemia chegou, eu estava num momento muito agitada. Tinha dias em que só voltava pra casa pra dormir. Por conta dos filmes, fiquei praticamente um ano todo morando em São Paulo. Então, teve um lado bom ficar em casa, pra matar a saudade. Por outro, é ruim porque a gente se vê preso por necessidade. Junta angústia e ansiedade. Mas eu me readaptei. Me vi fazendo faxina, cozinhando, estragando receitas... O que mais fiz foi errar na cozinha (risos). E coloquei em dia a organização do meu quarto. Eu me entendo nas minhas bagunças. Também passei a trocar os esmaltes toda hora. Que saudade da Cícera, que fazia as minhas unhas... Porque, meu Deus, cada bifão de cutícula que eu tirei (risos)! Como manicure, sou uma ótima atriz”.

Temperamento

“Eu sou muito tranquila. Mas até a página 9, porque na décima... Tenho um limite de paciência. Mas nunca fui de fazer barraco, como Carine (de ‘A força do querer’). Ela ganhou até prêmio de melhor briga do ano. Eu nunca fui e nunca serei essa pessoa de bater em outra, jamais fiz escândalo. Quando eu não gosto de alguma coisa, chego e falo. Quem nunca discutiu na vida? Eu também. Mas não de brigar no meio da rua. Também sou teimosa, em algumas situações. Quando a discussão é sobre trabalho, gosto de impor meu pensamento. Mas, conversando, a gente chega a um consenso. No geral, é fácil lidar comigo, as pessoas não costumam reclamar (risos). É óbvio que ninguém é perfeito. A gente sempre tem os momentos de chatice”.

Amores discretos

“Já tive namoros longos e ficadas sem compromisso (risos). Atualmente, estou solteira, ainda mais depois de tudo o que aconteceu comigo no ano passado. Eu realmente me fechei para passar por essa fase difícil. Não tinha cabeça para me envolver com ninguém. E em meio a uma pandemia! Mas sou discreta. Às vezes, o cara é mais na dele também, fora do meio artístico. Eu respeito, tenho um cuidado em relação a isso. Estou sempre aberta a novos relacionamentos, mas não sou de ficar com desconhecidos. Prefiro saber como é a pessoa antes de viver alguma coisa com ela. Não tem muita regra para o amor. A gente faz planos, traça metas, mas a vida surpreende”.

Quase três décadas de carreira

“Tenho vida pública desde os meus 2 anos. Meu primeiro comercial na TV foi para um banco, com as então jogadoras de basquete Hortência e Paula. Depois, emendei mais de 300 trabalhos. Só que eu só fazia o que eu queria. Uma vez, recebi convite para um comercial de xampu contra piolho. Minha mãe ficou superfeliz, porque o valor do cachê era o de um carro zero. Mas eu me neguei: ‘Não vou fazer, senão na escola todo mundo vai achar que sou piolhenta’. A menina de 5 anos não fez o comercial. Tem que ter esse cuidado com o psicológico. Meus pais nunca colocaram em mim a responsabilidade de manter a casa. Eles souberam lidar comigo com a maior delicadeza, mesmo sem entender nada, já que ninguém é artista ou do meio. Minha mãe é empresária da minha carreira junto comigo”.

Fãs que viraram amigas

“Depois de ‘O clone’, uma lourinha me seguiu pelo shopping com a mãe até uma loja de roupas. Todas as peças que eu experimentava, ela pedia no provador ao lado. E comprou tudo igual ao que eu ia levar. Aí a mãe confessou que a garotinha era minha fã e só queria tirar fotos comigo. Jéssica agora mora nos Estados Unidos, mas a gente mantém contato desde então. E tem umas fãs que conheci na porta da Record TV, quando fiz ‘Rebelde’, que ficaram na minha vida. Armo almoços e lanches com elas”.

Mais de 2 milhões de seguidores

“Não sou importunada por haters. Acho assim: nem Cristo agradou a todo mundo, então não posso ter a pretensão de ser só amada. Geralmente, posto fotos produzidas porque são de trabalho. Mas já apareci muito de cara lavada. E nem pensar em mandar nudes. Morro de medo! Mas, do nada, abro uma DM e tem um sujeito ali que eu nunca vi numa foto ousada. Na internet sempre rola essa falta de noção, pra isso não tem filtro. Pedido de namoro e de casamento, recebo sempre (risos). Quando digo que estou solteira, vem aquela enxurrada de brincadeiras. Adoro essa interação com os fãs. Eu mesma tomo conta das minhas redes. Antigamente, respondia cartinhas. Hoje, posso ter retorno em segundos”.

Vaidade

“Fiz plástica no nariz há uns três anos. Era um descontentamento que, literalmente, estava na cara. Adoro saber das novidades estéticas, mas sou medrosa, prefiro os métodos menos invasivos. As pessoas elogiam a minha pele, falam que eu tenho 30 anos com carinha de 20, acham que eu passo vários cremes, mas não. Eu só lavo o rosto, uso protetor solar e tchau. Botox, já fiz. Mas harmonização facial, não. Tem gente que adora botar boca, cílios... Sou dos anos 90, resistente. Prefiro tudo ao natural”.

‘Foi um crime estarrecedor’

Interpretar a mesma personagem sob dois pontos de vista diferentes. Carla Diaz foi duplamente desafiada nas filmagens de “A menina que matou os pais” e “O menino que matou meus pais” (sem data de estreia decidida ainda), que recontam o Caso Richthofen, crime pelo qual Suzane von Richthofen foi condenada, ao lado dos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos.

— Muita gente pode pensar que os envolvidos no caso real têm a ver com a produção dos filmes. Não mesmo! Foi um crime estarrecedor, que mexeu com o Brasil inteiro. Lembro como se fosse hoje, eu tinha 12 anos. Aquilo me sensibilizou muito, principalmente quando descobriram que a própria filha do casal morto estava envolvida no assassinato — diz a atriz, explicando que o convite para um teste chegou um ano depois do previsto: — Fiquei bem interessada desde o início, quando soube da produção, mas ninguém entrou em contato. Quando achei que já tinham escolhido a protagonista e até rodado o filme, me chamaram. Sei que muitas atrizes conhecidas foram testadas e não aprovadas. Esse papel só podia ser meu mesmo. Sempre tive interesse nessa história.

Quando chegou no set, Carla se surpreendeu positivamente:

— A equipe era toda de mulheres. Isso me deu uma confiança! Artista é um bicho meio inseguro, né? Terminei o teste, e ficou um silêncio absoluto. Pensei: fui uma merda. Mas no dia seguinte meu telefone tocou, me chamaram para uma reunião com os diretores e produtores do filme.

Para viver Suzane, a atriz precisou emagrecer:

— Eu estava musculosa. Tinha acabado de desfilar no carnaval pela Grande Rio. Para aguentar a Sapucaí cantando e sambando, precisa estar com o físico bem preparado. E essa estrutura física não condizia com a imagem da Suzane na década de 90. Eu começo o filme com 15 e termino com 21 anos.

Para não se deixar afetar psicologicamente durante as filmagens, Carla fez um trabalho de distanciamento do caso real durante o laboratório.

— Não queria que as minhas impressões influenciassem na interpretação. Foi a minha primeira personagem baseada em uma pessoa real — sublinha ela, ansiosa para o lançamento dos longas-metragens nos cinemas.

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