Ator de "Cidade de Deus" vira motorista de aplicativo e levanta discussão sobre racismo estrutural
Debates começaram após estudante publicar uma foto com Alexandre Rodrigues, que interpretou Buscapé
O ator Alexandre Rodrigues, que interpretou Buscapé no premiado filme brasileiro "Cidade de Deus", virou assunto na internet na última quarta-feira (12), após uma estudante postar uma foto junto dele com a seguinte legenda: "Mano! Acabei de pegar um Uber com o Buscapé de Cidade de Deus". A foto gerou indignação em usuários do Twitter, que falaram do racismo estrutural na indústria do cinema.
"Cidade de Deus", de Fernando Meirelles e Kátia Lund, é considerado uma dos filmes brasileiros de maior prestígio no exterior. O longa também recebeu quatro indicaçõeas ao Oscar, e revelou nomes como Alice Braga, hoje atriz de renome internacional. O mesmo filme gerou o documentário "Cidade de Deus - dez anos depois", mostrando o impacto da produção nas vidas do artistas uma década depois.
Alexandre Rodrigues, assim como grande parte do elenco, era morador de uma das favelas do Rio de Janeiro. No Twitter, usuários discutiram sobre como grande parte dos atores tiveram poucas oportunidades na carreira, por conta do racismo estrutural. Confira:
O Cavi Borges tem o excelente "Cidade de Deus: 10 anos depois", um documentário bem conhecido até, contando sobre como o racismo estrutural atingiu a carreira dos atores e atrizes do filme. Se não me engano, tem na Netflix, até
— joão victor 👻 (@joaoinvictor) 13 de dezembro de 2018
Que triste, a profissão é honrada. Mas n entra na minha cabeça o porque de alguém que atuou no filme nacional com maior prestígio fora do país, simplesmente não ter oportunidades pra fazer muito mais pela indústria do áudio visual https://t.co/LYfF0liHHh
— Samuel (@samuucarvalho) 13 de dezembro de 2018
lembro dele falando no documentário da netflix que mostra os atores 10 anos depois do cidade de deus que na época ele preferiu ganhar o dinheiro logo do assinar o contrato que daria direito a receber parte dos lucros pq eles nem imaginam que o filme ia ser o que foi/é https://t.co/sSr8m66hoX
— ádila (@adilafrnds) 13 de dezembro de 2018
Infelizmente isso que acontece quando explora-se a condição de pobreza do ator como fator principal de atuação. Você estereotipa e estigmatiza um ator que vai ser lembrado pra sempre com o mesmo olhar preconceituoso. https://t.co/ZfdKaOF82A
— absurdista (@damnitlucas) 13 de dezembro de 2018
Eu só to tentando dizer, q n importa o quão bom vc seja, se for preto, seu talento, na maioria das vezes, n vale de nada.
— gigeie (@pqp_gihh) 13 de dezembro de 2018
exemplo da Alice Braga e da Roberta Rodrigues, ambas trabalharam nesse filme. 1 é atriz internacional e a outra já até vendeu sanduíche pra ajudar na renda pic.twitter.com/rlLb3gIQxg
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