Conectados e antenados, trio de jornalistas cria o Conexão AMZ

Site nasceu já em múltiplas plataformas: conheça!

Lorena Filgueiras

Uma trinca de ases – não haveria melhor definição para o trio composto pelos jornalistas Layse Santos, Rita Soares e Rodrigo Vieira, que estão à frente do Conexão AMZ, plataforma de notícias que estreou em oliberal.com – com o diferencial de tratar as temáticas relacionadas à Amazônia com o protagonismo merecido. O encontro presencial com Layse e Rita ocorreu em uma tarde chuvosa, em Belém. Rodrigo juntou-se à conversa, por meio de uma chamada de vídeo, uma vez que ele mora em São Paulo. A proposta do papo com o Conexão AMZ seria diferente, bem ao estilo de uma reunião de pauta: eles mesmos se entrevistariam.

O resultado deste bate-papo, você confere a partir de agora:

Troppo + Mulher: Queria propor uma dinâmica diferente, já que somos 4 jornalistas. Que tal se vocês se entrevistassem? Vou começar, apenas a título de curiosidade, perguntando como foi que o Conexão AMZ nasceu...
Layse Santos: O AMZ começou com o projeto de ser uma revista. De repente, ele foi se transformando e fui buscar parceiros. A primeira que chamei foi a Rita e começamos, juntas, a modificar o projeto. A gente entendeu que ele seria um projeto digital – que era exatamente o que a gente queria! Nascemos como uma plataforma de jornalismo digital...
Rita Soares: Quando o projeto ainda era de que fosse impresso, já havia uma proposta de ele ser cross media. Ele nunca foi um projeto só analógico.
LS: E foi assim que começamos.

image Rita Soares, Rodrigo Vieira (no pc) e Layse Santos formam o time do Conexão AMZ (Estúdio Tereza e Aryanne)

 

RS: Me conta como foi decidir por esse novo projeto?
LS: Depois de ter trabalhado em jornal impresso e muito tempo em TV, eu tinha muito claro que o futuro do jornalismo é multimídia. Precisava continuar fazendo jornalismo, desde que não fosse em um único formato – e sim, em uma plataforma cross media, que permitisse essa transversalidade, conversar em múltiplas telas. 
RS: Até porque estás fazendo uma pós [graduação] em jornalismo digital...
LS: E em Marketing digital. Aí, precisava encontrar parceiros e fui atrás deles. Por acaso encontrei a Rita no banheiro do cinema (risos) e foi engraçado, porque eu já estava pensando nela. Admirava a Rita e o trabalho dela no jornalismo, especialmente o político, e queria alguém com esse perfil. E a Rita topou, embarcou! Em um primeiro momento, como inicialmente eu expliquei, o projeto era que o Conexão AMZ fosse uma revista eletrônica, com vídeos, podcasts. Até que a coisa foi evoluindo e concluímos que precisávamos mesmo era de um site ancorado em outras plataformas digitais e foi aí que nasceu o Conexão AMZ. AMZ é Amazônia e ‘conexão’ porque queríamos fazer essa conexão entre múltiplas telas, com um recorte amazônico...
RS: Sem nenhum preconceito! Estamos no instagram, no facebook, no twitter, spotify...
LS: A proposta da plataforma é distribuir notícias! O nosso grande desafio é fazer esse recorte amazônico, porque a internet é uma plataforma mundial! Então estamos juntos com oliberal.com, que é um dos maiores grupos de comunicação do Brasil e disputando mercado também com outros veículos, que também estão na internet. A gente procura se diferenciar fazendo esse recorte amazônico...

LS: Rita, e como fazer jornalismo na internet ser interessante?
RS: É uma coisa que a gente precisa reforçar muito. Desde a eleição do Trump [Donald trump, presidente norte-americano], a gente percebe muito as pessoas falando de fake News e o jornalismo ficou muito sob ataque. Como todo mundo agora pode usar ferramentas que, antigamente, era mais caras e restritas aos jornalistas, todo mundo hoje faz vídeo, grava áudio, bate foto, meio que todos se sentem um pouco jornalistas. De certa forma, isso é bom, porque representa a democratização da informação, mas, por outro lado, a gente perdeu algumas referências. Foi quando as fake News entraram. A gente acredita que é preciso ter profissionais que façam, mesmo nas novas plataformas, o velho e bom jornalismo – de ouvir os dois lados, de apurar e checar informações; de não dar a notícia apenas porque vai gerar um buzz [burburinho, fazer barulho] na internet. 
LS: É, inclusive o nosso slogan: “notícia feita por quem você confia”. Para quem acha que o jornalismo vai acabar, está enganado. Porque é papel do jornalista garantir que a notícia chegará completa na outra ponta.
Rodrigo Vieira: Queria complementar isso que a Layse disse. O Jornalismo está ficando cada vez mais forte – todo mundo conhece um grande jornalista que saiu do veículo tradicional e migrou para a internet. Cada vez mais, profissionais sérios vão fazer a diferença nestas novas mídias, na hora de fazer jornalismo.
LS: Confiança é a palavra-chave! Credibilidade é tudo! Além de nós, temos uma equipe incrível que trabalha conosco: gente que faz vídeo, direção de arte... porque o Jornalismo nas novas mídias exige profissionais multi.

LS: É um desafio falar de política na internet. Rita, você, além de jornalista, é cientista política. Como é tratar política na internet?
RS: Às vezes, a notícia na internet acaba viralizando e ganha maior impacto, muitas vezes, a fofoca, a notícia escandalosa. Muitas vezes, nem tudo que é interesse do público, é interesse público. A gente sofre um pouco para apurar uma notícia mais complexa, ouvir múltiplas fontes e ela não despertar tanto interesse do público. Mas se a gente se fixar em fazer jornalismo para os likes, a gente vai matar o Jornalismo. Então a gente precisa transformar a notícia mais pesada, mais tensa em algo novo, leve e fácil de ser digerido pelas pessoas.
LS: O que dificulta, também favorece, né? Porque podemos gravar um podcast para explicar uma notícia que o político, um empresário ou um professor podem ouvir dentro do carro, em um engarrafamento.
RS: Posso dizer que depois de 21 anos trabalhando com jornal impresso, estou recomeçando e reaprendendo a escrever, ajustando o exercício de escrita para as novas mídias.
LS: Por isso, também, que em nossa equipe temos pessoas muito jovens – porque elas também nos ajudam com isso. Discutimos com elas as melhores maneiras de entregar a notícia. O Jornalismo hoje não é só produzir o material – mas pensar em como a notícia final chegará ao seu destinatário.

LS: Fazer jornalismo digital tem algumas muitas outras vantagens – uma delas é poder ter uma equipe que nem sempre estará fisicamente junta. Rodrigo, por exemplo, mora em São Paulo. É uma loucura, não, Rodrigo?
RV: Olha, acho que todo jornalista é meio louco! (todos gargalham) Mas é uma loucura muito produtiva, muito boa. Conversamos o tempo todo; trocamos impressões, sugestões. Às vezes pode ser um obstáculo, mas também é um diferencial muito positivo. Estando em São Paulo, consigo olhar os assuntos relacionados à Amazônia de maneira diferente. A gente se soma muito.
LS: A gente tenta encontrar nosso lugar enquanto integrantes de uma plataforma maior, que oliberal.com. Oliberal.com é factual, tem cobertura o tempo inteiro e entramos com um olhar diferente; um ângulo diferenciado.

Troppo + Mulher: Por fim, como combater as fake News?
LS: Pergunto mais: como ter controle emocional, especialmente como jornalistas?
RS: Apurar exaustivamente. Academicamente falando, é errado até chamar de fake News, que representa até um ataque ao jornalismo, quando classificamos algumas notícias como falsas. Se é notícia, não é falso. Mas parar de chamar notícia de falsa...
LS: Mas é que às vezes inventam...
RS: Exato! E isso é outra coisa: é boato, é mentira.
LS: Então é importante abolir o termo...
RS: Isso: precisamos abolir esse termo para falar de notícias. E, para as pessoas, é importante que as pessoas se defendam, buscando fontes de informações confiáveis. Saber o nome e sobrenome de quem deu a notícia. De preferência, sem compartilhar coisas de grupo de família – e se você compartilha, você também é co-responsável.
RV: Recentemente, teve o caso da Momo, aquela boneca que assustou muita gente (pais e responsáveis)... e tivemos a oportunidade de não levantar o boato, mas de orientar pais e educadores e lidar com isso. A informação falsa precisa ser combatida e uma abordagem mais ampla e educativa.
RS: Remédio contra boatos e notícias inverídicas é acessar o Conexão AMZ no oliberal.com (risos)

 

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