Semana política tensa no governo federal liga o 'sinal amarelo' na gestão Bolsonaro Rodolfo Marques 21.06.19 15h00 O primeiro registro desta semana foi o desdobramento da crise gerada a partir das reportagens do site The Intercept Brasil, iniciadas no domingo (09.06.19). O conjunto de conteúdos jornalísticos apresentou supostas conversas entre o então juiz federal e hoje ministro da Justiça, Sérgio Moro, com o procurador-chefe da operação Lava-Jato, Deltan Dallagnol (MPF-PR), por meio do aplicativo de mensagens Telegram. As conversas divulgadas indicariam comportamentos impróprios dos entes públicos, em especial em relação a Sérgio Moro, que, como magistrado, deveria se comportar de maneira imparcial no julgamento dos processos que lhes cabiam. Nesse contexto, Sérgio Moro compareceu voluntariamente à Comissão de Constituição e Justiça (CNJ) do Senado, para prestar esclarecimentos a respeito dos diálogos divulgados. Moro negou a autenticidade do material divulgado, focou na questão de que houve um crime na captura desses conteúdos e, após 9 horas de sessão, acabou respondendo, praticamente a todas as indagações, tendo um bom desempenho político no geral. Mas ainda há várias arestas a serem aparadas, em especial diante da certeza de que novas reportagens que serão divulgadas, como a da quinta-feira (20.06.19), mostrando que o então juiz teria sugerido a ausência de uma procuradora – Laura Tessler – na audiência em que foi ouvido o ex-presidente Lula, no ano de 2017. Um apoio mais efetivo do presidente Bolsonaro a seu ministro é essencial para sustentar e fortalecer Sérgio Moro no cargo. Outro fato importante do cenário político nacional foi o esvaziamento das funções do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS). A articulação política ficará a cargo do general Luiz Eduardo Ramos. Houve mudança de cargo/função para o General Floriano Peixoto, que deixou a Secretaria-Geral da Presidência e seguiu para a presidência dos Correios. No início da semana, também houve a demissão de Joaquim Levy da presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Essa “dança das cadeiras” pode ter efeitos positivos para os objetivos do governo a médio e longo prazos, mas denotam uma grande desorganização nas escolhas presidenciais desde o início de seu mandato, em janeiro de 2019. A reforma da Previdência segue na Comissão Especial, a partir do relatório do deputado federal Samuel Moreira (PSDB-MG), mas continua tendo uma atuação muito mais clara na Câmara dos Deputados do que do próprio governo federal. Ganhou destaque também na avaliação política das ações do governo federal a entrevista concedida à Revista Época pelo ex-ministro da Secretaria de Governo, general Alberto Santos Cruz. Ele afirmou que o governo desperdiçava tempo com uma série de “besteiras” e não se focava nas demandas mais relevantes do país. Bolsonaro retrucou a entrevista em seguida, criticando o ex-auxiliar de não ter avisado, quando do exercício de seu cargo, ao próprio presidente sobre esses desacertos observados. Assim, o imobilismo político e a incapacidade administrativa vêm se tornando a tônica da atual gestão do governo federal. Os retrocessos nas áreas da educação, das relações internacionais, dos direitos humanos e do meio ambiente são visíveis. Mas ainda há uma expectativa de que outras áreas importantes e essenciais, como a economia, sob o comando do ministro Paulo Guedes, possam começar a dar boas notícias ao Brasil, com geração de empregos, crescimento nos investimentos e a melhoria geral da qualidade de vida da sociedade brasileira. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave colunas rodolfo marques política sérgio moro direito COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Rodolfo Marques . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM RODOLFO MARQUES Governo Lula precisa melhorar comunicação para seguir em frente 15.04.24 15h16 Rodolfo Marques 1964-2024: sessenta anos após golpe de Estado, Brasil avança para consolidar sua democracia 01.04.24 8h00 Rodolfo Marques Emmanuel Macron em Belém: relações políticas, acordos econômicos e simbolismos 29.03.24 20h30 Rodolfo Marques Novos movimentos e cartas sendo colocadas à mesa na disputa pela Prefeitura de Belém 11.03.24 14h09