Presidente Bolsonaro necessita de aprendizado na articulação política Rodolfo Marques 29.03.19 7h00 O cenário político brasileiro encontra-se extremamente instável, e isso se reflete na confiança das pessoas em seus representantes, nas variações econômicas e mesmo na qualidade da democracia no país. Essa instabilidade torna-se mais evidente, principalmente, a partir das idas e vindas e dos desacertos presentes no governo de Jair Bolsonaro (PSL). A questão que se coloca como mais prioritária, sem dúvida, é a aprovação da Reforma da Previdência, defendida fortemente pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes. Todavia, Bolsonaro e seu núcleo político mais próximo ainda não encontraram o tom adequado para encaminhar o andamento deste projeto no Congresso Nacional, por falta de habilidade ou mesmo de vontade política. Dentro deste processo, as relações entre o Presidente da República e o Presidente da Câmara dos deputados, Rodrigo Maria (DEM-RJ), se deterioraram a partir de dois fatos fundamentais para esse clima hostil. O primeiro foi a cobrança mais incisiva por parte do Ministro da Justiça, Sérgio Moro, junto a Rodrigo Maia, para que este agilizasse a votação do pacote anticrime proposto em fevereiro pelo ex-magistrado. E o segundo fato, foi pela troca de farpas entre Bolsonaro e Maia, tanto pelas mídias tradicionais – com entrevistas concedidas pelo Presidente da Câmara, quanto nas redes sociais, a partir de mensagens emitidas pelo Presidente da República. Tampouco ajudaram nesse contexto as ações quase belicistas do vereador pela cidade do Rio de Janeiro, e filho do Presidente da República, Carlos Bolsonaro (PSC) também via redes sociais. No núcleo mais próximo a Jair Bolsonaro, há uma confusão conceitual entre a ideia do “Presidencialismo de Coalizão” – expressão pelo pesquisador Sérgio Abranches, em 1988, e constantemente revisitado pelos cientistas políticos sobre a forma de construção da maioria legislativa pelo chefe do Executivo – e o “toma lá, dá cá”, prática muito comum percebida nos governos brasileiros, em que há a concessão de cargos a determinados grupos políticos em troca de apoio, através de votações, no Congresso Nacional. Bolsonaro entende que ampliar a base partidária só se tornaria possível através de concessão de cargos aos grupos políticos dos líderes partidários – o que não é, necessariamente, uma verdade. Também, nesses dias de instabilidade, causou desconforto a pretensão de revisionismo histórico por parte de Bolsonaro em promover uma celebração do Golpe Militar de 1964, com a autorização por parte do Presidente da República para que o 31 de março fosse celebrado pelas Forças Armadas. Essa postura foi reproduzida pelo Ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e pelo Governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC). Tal ação gerou um movimento do Ministério Público Federal contestando a determinação do Presidente da República, além de várias mobilizações contrárias por parte da sociedade civil. É necessário, portanto, que o Presidente Jair Bolsonaro assuma as rédeas de seu Governo e procure priorizar, para além de uma pauta mais conservadora e ideológica, muito difundida em seu núcleo íntimo de conselheiros, uma ação política mais clara e concreta, visando os ajustes necessários e prioritários e desenvolvendo mecanismos para que o Brasil possa, efetivamente, iniciar seu processo de recuperação econômica. Transcorridos três meses da atual gestão federal, é essencial a Jair Bolsonaro deixar a campanha eleitoral para trás e priorizar os vários dilemas com os quais a chefia do Executivo se depara. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave colunas rodolfo marques direito jair bolsonaro COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Rodolfo Marques . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM RODOLFO MARQUES Rodolfo Marques Estado do Pará participa ativamente do Fórum Econômico Mundial, em Davos 19.01.24 8h00 Rodolfo Marques Belém completa 408 anos em meio a comemorações e desafios – e em ritmo de pré-campanha eleitoral 12.01.24 16h00 Rodolfo Marques 08J: atentados de 08 de janeiro chegam a um ano e democracia, no Brasil, precisa se fortalecer 08.01.24 20h00 Rodolfo Marques Governo Helder 2 – ano 1: consolidação do protagonismo nacional e questões amazônicas 28.12.23 8h00