RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

Números da economia preocupam em semana política sem grandes “alterações”

Rodolfo Marques

A semana brasileira termina com notícias preocupantes, principalmente, em relação à economia, em um momento em que as principais questões políticas não geraram grandes desdobramentos práticos.

A primeira questão que ganhou repercussão foi referente aos números do desemprego no país, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, nessa sexta-feira (29.11). A taxa de desemprego chegou a 11,6% em três meses – período entre agosto e outubro –, gerando uma certa estabilidade em relação aos índices anteriores, mas marcando o crescimento progressivo das relações informais de trabalho. O índice de cerca de 12 milhões de desempregados no Brasil ainda é muito alto, em especial se for considerada a falta de perspectiva de geração de postos de trabalho a partir de ações governamentais.

Outro aspecto econômico que tem trazido apreensão aos brasileiros é o aumento do preço da carne bovina e a sensação de desabastecimento do produto em algumas cidades brasileiras. Em declarações à imprensa, a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse que não houve reajustes no preço da carne nos últimos três anos e que o patamar recentemente alcançado – com um crescimento real de 35% no preço ao final ao consumidor – não deverá baixar tão cedo. Tereza Cristina justificou o incremento no preço do alimento associado ao aumento das exportações para a China, gerando o impacto no preço para o consumo interno. A população brasileira tem enfrentado, dessa forma, a escassez do produto e os preços muito aviltados para o consumo.

Também chamou a atenção – negativamente – a previsão para os valores do salário mínimo no ano de 2020. O Ministério da Economia divulgou que, com a projeção da inflação de 3,5%, o valor da remuneração básica para o próximo ano deve ser de R$ 1.301 – 8 reais a menos do que se supunha até então. Com os valores já combalidos e a perda progressiva de poder aquisitivo do cidadão brasileiro, o cenário vai se tornado cada vez mais pessimista.

Por fim, mas não menos importante, observam-se as declarações feitas pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, na última segunda-feira (25.11.2019) a respeito da taxa de juros e do câmbio brasileiro. Guedes defendeu a política de ajuste fiscal por parte da equipe econômica e disse que a tendência é que as taxas de juros caiam gradativamente e a cotação do dólar em relação ao real continue aumentando. Ressalte-se que o dólar bateu vários recordes nesta semana, chegando à cotação de R$ 4,27. Esse movimento do governo federal gera uma grande inquietação em boa parte da população, pois muitos produtos têm estado mais caros – em especial, os importados. Nesse contexto, na mesma entrevista, o ministro chegou a citar uma possibilidade de um novo AI-5 (Ato Institucional número 5, promulgado em 1967, durante o regime autoritário militar no Brasil), como uma forma de controlar convulsões sociais, caso elas ocorram. A declaração foi muito malvista, no geral. O presidente Jair Bolsonaro (Aliança pelo Brasil), aliás, não quis se pronunciar a respeito das manifestações de seu ministro.

O que a população mais espera, indubitavelmente, é a recuperação econômica do país, para que a crise geral seja enfim debelada e para que o governo federal possa estabelecer políticas públicas para o alcance de melhorias sociais.

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