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RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

Nova semana de polêmicas de pouca produtividade para o Brasil. A população tem pressa.

Rodolfo Marques

A última semana foi marcada por novos desdobramentos da crise política gerada a partir do vazamento de supostas mensagens trocadas entre o então juiz federal e, hoje,  ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, através do aplicativo Telegram, no contexto da Operação Lava-Jato, entre os anos de 2015 e 2018. Dentro dessa temática, a Polícia Federal realizou a operação “Spoofing” e prendeu 4 pessoas supostamente envolvidas com o “hackeamento” das mensagens. O depoimento de um deles, Walter Delgatti Netto, conhecido como “Vermelho”, mostrou que o material compartilhado com o portal The Intercept Brasil (TIB) foi feito de forma anônima e sem a necessidade de compensação financeira. Além disso, Delgatti afirmou que teve acesso ao jornalista Glenn Greenwald, do TIB, através de contato feito com a ex-deputada federal e ex-candidata à vice-presidência da República, Manuel D’Ávila (PCdoB-RS). Manuela, inclusive, está fora do país e colocou seu telefone à disposição da Polícia Federal para inspeção. 

Enquanto se avaliam os depoimentos dos suspeitos presos e os desdobramentos do caso, causou espécie entre várias autoridades dos diferentes poderes da República a postura do ministro Sérgio Moro, que teria ordenado a destruição do material aprendido, que supostamente contém conversas roubadas dos contatos telefônicos de vários ocupantes de cargos públicos. O consenso geral é de que Moro, por ser integrante do Poder Executivo e um dos alvos do suposto “hackeamento”, não poderia ter acesso ao conteúdo apreendido, assim como não poderia ordenar a destruição do material, decisão que só poderia ser tomada por um magistrado. O caso deverá ter novos “capítulos” nos próximos dias e o problema do conteúdo divulgado está muito longe de terminar. 

Chamou a atenção nesta semana, também, o incidente envolvendo o ministro da Educação, Abraham Weintraub, na cidade de Santarém, município do Oeste do Pará. Weintraub passava alguns dias de férias com a família no balneário de Alter-do-Chão e entrou em confronto verbal com manifestantes, que questionaram a respeito dos cortes recentes de investimentos na educação. As imagens do conflito correram pelas principais mídias e redes sociais. 

Outro fato gerado pelo governo Bolsonaro e que causou grande repercussão negativa em relação ao estado do Pará foi mais uma declaração desastrosa da ministra da Mulher, da Família e Direitos Humanos Damares Alves, ao afirmar publicamente que os “abusos sofridos por meninas da região da Ilha do Marajó ocorrem devido à falta do uso de calcinhas”, quando da apresentação dos resultados do programa “Abrace o Marajó”, no último dia 24 de julho. Damares correlacionou a pobreza das jovens da região com o cenário de abusos sexuais e cenário de estupros. A ministra procurou refazer sua fala posteriormente, mas houve várias manifestações contrárias e protestos por parte de grupos defensores das mulheres e de movimentos sociais da região paraense. 

Assim, em mais uma semana de análise política, percebe-se que os temas que interessam diretamente os brasileiros, em especial no aspecto social, continuam relegados ao segundo plano, enquanto que Jair Bolsonaro e sua equipe continuam gerando crises sistemáticas, apesar de uma oposição política totalmente sem discurso e desarticulada. A esperança reside em um protagonismo maior do ministro da Economia, Paulo Guedes, que vem prometendo recuperação progressiva do país e grande investimentos em várias áreas, em especial após à provável aprovação da Reforma da Previdência, no final do mês de setembro.

 

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