Nova semana de polêmicas de pouca produtividade para o Brasil. A população tem pressa. Rodolfo Marques 26.07.19 12h00 A última semana foi marcada por novos desdobramentos da crise política gerada a partir do vazamento de supostas mensagens trocadas entre o então juiz federal e, hoje, ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol, através do aplicativo Telegram, no contexto da Operação Lava-Jato, entre os anos de 2015 e 2018. Dentro dessa temática, a Polícia Federal realizou a operação “Spoofing” e prendeu 4 pessoas supostamente envolvidas com o “hackeamento” das mensagens. O depoimento de um deles, Walter Delgatti Netto, conhecido como “Vermelho”, mostrou que o material compartilhado com o portal The Intercept Brasil (TIB) foi feito de forma anônima e sem a necessidade de compensação financeira. Além disso, Delgatti afirmou que teve acesso ao jornalista Glenn Greenwald, do TIB, através de contato feito com a ex-deputada federal e ex-candidata à vice-presidência da República, Manuel D’Ávila (PCdoB-RS). Manuela, inclusive, está fora do país e colocou seu telefone à disposição da Polícia Federal para inspeção. Enquanto se avaliam os depoimentos dos suspeitos presos e os desdobramentos do caso, causou espécie entre várias autoridades dos diferentes poderes da República a postura do ministro Sérgio Moro, que teria ordenado a destruição do material aprendido, que supostamente contém conversas roubadas dos contatos telefônicos de vários ocupantes de cargos públicos. O consenso geral é de que Moro, por ser integrante do Poder Executivo e um dos alvos do suposto “hackeamento”, não poderia ter acesso ao conteúdo apreendido, assim como não poderia ordenar a destruição do material, decisão que só poderia ser tomada por um magistrado. O caso deverá ter novos “capítulos” nos próximos dias e o problema do conteúdo divulgado está muito longe de terminar. Chamou a atenção nesta semana, também, o incidente envolvendo o ministro da Educação, Abraham Weintraub, na cidade de Santarém, município do Oeste do Pará. Weintraub passava alguns dias de férias com a família no balneário de Alter-do-Chão e entrou em confronto verbal com manifestantes, que questionaram a respeito dos cortes recentes de investimentos na educação. As imagens do conflito correram pelas principais mídias e redes sociais. Outro fato gerado pelo governo Bolsonaro e que causou grande repercussão negativa em relação ao estado do Pará foi mais uma declaração desastrosa da ministra da Mulher, da Família e Direitos Humanos Damares Alves, ao afirmar publicamente que os “abusos sofridos por meninas da região da Ilha do Marajó ocorrem devido à falta do uso de calcinhas”, quando da apresentação dos resultados do programa “Abrace o Marajó”, no último dia 24 de julho. Damares correlacionou a pobreza das jovens da região com o cenário de abusos sexuais e cenário de estupros. A ministra procurou refazer sua fala posteriormente, mas houve várias manifestações contrárias e protestos por parte de grupos defensores das mulheres e de movimentos sociais da região paraense. Assim, em mais uma semana de análise política, percebe-se que os temas que interessam diretamente os brasileiros, em especial no aspecto social, continuam relegados ao segundo plano, enquanto que Jair Bolsonaro e sua equipe continuam gerando crises sistemáticas, apesar de uma oposição política totalmente sem discurso e desarticulada. A esperança reside em um protagonismo maior do ministro da Economia, Paulo Guedes, que vem prometendo recuperação progressiva do país e grande investimentos em várias áreas, em especial após à provável aprovação da Reforma da Previdência, no final do mês de setembro. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave rodolfo marques colunas COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Rodolfo Marques . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM RODOLFO MARQUES Governo Lula precisa melhorar comunicação para seguir em frente 15.04.24 15h16 Rodolfo Marques 1964-2024: sessenta anos após golpe de Estado, Brasil avança para consolidar sua democracia 01.04.24 8h00 Rodolfo Marques Emmanuel Macron em Belém: relações políticas, acordos econômicos e simbolismos 29.03.24 20h30 Rodolfo Marques Novos movimentos e cartas sendo colocadas à mesa na disputa pela Prefeitura de Belém 11.03.24 14h09