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RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

No Brasil, a falta de foco continua sendo a tônica do governo Bolsonaro

Rodolfo Marques

Mais uma semana de incertezas em um governo que deveria ter mais agilidade no atendimento das demandas sociais: assim vem sendo a tônica da administração de Jair Bolsonaro (PSL) à frente da Presidência da República há quase oito meses.

Há, de forma indiscutível, um grande esforço da equipe econômica em acertar o passo e os movimentos dentro dos processos políticos. E, a partir das reformas – em especial a previdenciária e a tributária –, a equipe do ministro Paulo Guedes busca promover os ajustes necessários para a recuperação econômica brasileira. O projeto do Ministério da Economia visa implantar uma agenda eminentemente liberal, com privatizações e incentivos a produtividade, redução da carga de impostos e flexibilização ainda maior da legislação trabalhistas. Tais medidas, como a MP da Liberdade Econômica, podem dar certo dentro do projeto governista, em especial se não houver a interferência e os percalços causados pelo presidente Bolsonaro. Vale ressaltar que o hoje chefe do Executivo federal sempre teve um perfil estatista e intervencionista, que o distancia das diretrizes econômicas que vem sendo propostas.

No campo político, no entanto, Bolsonaro continua promovendo forte assédio às instituições e desacreditando seguidamente gestores de órgãos públicos brasileiros – como o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), a Polícia Federal e a Receita Federal –, além de sua cruzada para com alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil. Em vários momentos, o presidente vem demonstrando o que se esperava dele quando da campanha eleitoral em 2018: não saber lidar com as críticas diante de suas atitudes e não conseguir conter as crises causadas por seus familiares e pelo seu núcleo político mais próximo.

O presidente da República também vem demonstrando falta de habilidade em questões internacionais. Na Argentina, no último domingo (11.08.19), com a vitória obtida nas eleições primárias pela candidatura peronista (Alberto Fernandez/Cristina Kirchner) sobre o presidente atual (Maurício Macri), Bolsonaro passou a desferir críticas às escolhas do povo argentino, usando termos como “esquerdalha” e “retrocessos”. O presidente brasileiro chegou a traçar um paralelo entre a Venezuela e Argentina, desconsiderando as diferenças geopolíticas, econômicas e contextuais entre os países. Talvez, antes de se imiscuir em processos eleitorais de outras nações soberanas, Bolsonaro poderia priorizar tratar das questões nacionais e de sua própria gestão, que vem se mostrando inócua em vários setores aqui no Brasil.

Bolsonaro deveria aproveitar a legitimidade obtida nas urnas e o anseio de mudança que foi expresso pela maioria dos eleitores brasileiros em 2018 para poder não só imprimir as reformas que são necessárias, mas também para buscar a promoção de políticas públicas efetivas no gerenciamento de crises e nas melhorias socioeconômicas. O Brasil tem uma democracia representativa e, já que Bolsonaro teve seu nome sufragado pelos eleitores brasileiros, poderia buscar o atendimento de todos os brasileiros, independentemente daqueles não são apoiadores dele.

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