No Brasil, a falta de foco continua sendo a tônica do governo Bolsonaro Rodolfo Marques 16.08.19 8h00 Mais uma semana de incertezas em um governo que deveria ter mais agilidade no atendimento das demandas sociais: assim vem sendo a tônica da administração de Jair Bolsonaro (PSL) à frente da Presidência da República há quase oito meses. Há, de forma indiscutível, um grande esforço da equipe econômica em acertar o passo e os movimentos dentro dos processos políticos. E, a partir das reformas – em especial a previdenciária e a tributária –, a equipe do ministro Paulo Guedes busca promover os ajustes necessários para a recuperação econômica brasileira. O projeto do Ministério da Economia visa implantar uma agenda eminentemente liberal, com privatizações e incentivos a produtividade, redução da carga de impostos e flexibilização ainda maior da legislação trabalhistas. Tais medidas, como a MP da Liberdade Econômica, podem dar certo dentro do projeto governista, em especial se não houver a interferência e os percalços causados pelo presidente Bolsonaro. Vale ressaltar que o hoje chefe do Executivo federal sempre teve um perfil estatista e intervencionista, que o distancia das diretrizes econômicas que vem sendo propostas. No campo político, no entanto, Bolsonaro continua promovendo forte assédio às instituições e desacreditando seguidamente gestores de órgãos públicos brasileiros – como o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), a Polícia Federal e a Receita Federal –, além de sua cruzada para com alguns dos principais veículos de comunicação do Brasil. Em vários momentos, o presidente vem demonstrando o que se esperava dele quando da campanha eleitoral em 2018: não saber lidar com as críticas diante de suas atitudes e não conseguir conter as crises causadas por seus familiares e pelo seu núcleo político mais próximo. O presidente da República também vem demonstrando falta de habilidade em questões internacionais. Na Argentina, no último domingo (11.08.19), com a vitória obtida nas eleições primárias pela candidatura peronista (Alberto Fernandez/Cristina Kirchner) sobre o presidente atual (Maurício Macri), Bolsonaro passou a desferir críticas às escolhas do povo argentino, usando termos como “esquerdalha” e “retrocessos”. O presidente brasileiro chegou a traçar um paralelo entre a Venezuela e Argentina, desconsiderando as diferenças geopolíticas, econômicas e contextuais entre os países. Talvez, antes de se imiscuir em processos eleitorais de outras nações soberanas, Bolsonaro poderia priorizar tratar das questões nacionais e de sua própria gestão, que vem se mostrando inócua em vários setores aqui no Brasil. Bolsonaro deveria aproveitar a legitimidade obtida nas urnas e o anseio de mudança que foi expresso pela maioria dos eleitores brasileiros em 2018 para poder não só imprimir as reformas que são necessárias, mas também para buscar a promoção de políticas públicas efetivas no gerenciamento de crises e nas melhorias socioeconômicas. O Brasil tem uma democracia representativa e, já que Bolsonaro teve seu nome sufragado pelos eleitores brasileiros, poderia buscar o atendimento de todos os brasileiros, independentemente daqueles não são apoiadores dele. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave rodolfo marques jair bolsonaro colunas COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Rodolfo Marques . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM RODOLFO MARQUES Rodolfo Marques Estado do Pará participa ativamente do Fórum Econômico Mundial, em Davos 19.01.24 8h00 Rodolfo Marques Belém completa 408 anos em meio a comemorações e desafios – e em ritmo de pré-campanha eleitoral 12.01.24 16h00 Rodolfo Marques 08J: atentados de 08 de janeiro chegam a um ano e democracia, no Brasil, precisa se fortalecer 08.01.24 20h00 Rodolfo Marques Governo Helder 2 – ano 1: consolidação do protagonismo nacional e questões amazônicas 28.12.23 8h00