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RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

Mais bananas para a imprensa, 'Pibinho' em uma economia claudicante e governadores da Amazônia

Rodolfo Marques

A semana política brasileira continuou apresentando suas nuances e peculiaridades, no contexto dos episódios ocorridos ainda neste início de ano. As principais situações analisadas estão vinculadas ao relacionamento cada vez mais tortuoso do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido-RJ), com a imprensa, a administração do orçamento brasileiro e as oscilações econômicas do país. Em nível regional, identificou-se a volta das discussões sobre o Conselho da Amazônia Legal e as demandas previstas.

Jair Bolsonaro continua sua “cruzada” em relação à imprensa, optando por criticar os jornalistas e evitando responder a algumas questões que são relevantes para o país. Na quarta-feira (04.03.2020), houve uma ação do Planalto com o humorista Márvio Lúcio, que interpreta o personagem “Carioca”, e que já atuou em vários programas de televisão. Na ocasião, o comediante, caracterizado como o Jair Bolsonaro, fez piadas diante da imprensa e, em um determinado momento, distribuiu bananas, em uma alusão ao comportamento do próprio presidente. Embora seja indiscutível o direito à livre expressão de qualquer pessoa, é essencial que haja respeito no tratamento da coisa pública, em especial na necessidade de esclarecimentos e informações sobre as questões do país. Bolsonaro não só endossou a ação do humorista, como tratou de formas desrespeitosa os jornalistas que atuam nas proximidades do Palácio da Alvorada e se recusou a falar sobre os dados do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, em 2019.

Sobre o PIB, aliás, os números mostraram um crescimento de apenas 1,1% em 2019, comparando-se com o ano de 2018. Alguns especialistas apontaram, inclusive, que se trata de um “PIBinho”, considerando-se as expectativas iniciais do governo federal, que projetavam um crescimento de até 2,5%. Os dados decepcionaram, no geral, também motivados por fatores externos, mas principalmente pela incapacidade de o governo em resolver as suas próprias crises – e mesmo com o suporte da aprovação da Reforma da Previdência, em 2019. O desemprego e a falta de investimentos sociais continuam sendo alguns dos pontos mais do que presentes na atual gestão. Por outro lado, os números apresentaram alguns aspectos positivos, como o consumo das famílias, a partir de um certo incremento provocado pela liberação de valores do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Houve também um certo aumento de investimentos – um pouco superior a 2%.

No âmbito do Congresso Nacional, na quarta-feira (04.03.2020), ocorreu um acordo com o Planalto que permitiu a manutenção dos vetos presidenciais referentes ao orçamento impositivo. Dessa forma, continuará cabendo ao Presidente da República o gerenciamento de cerca de R$ 30 bilhões no contexto da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Foi um importante avanço no cenário da negociação política do Poder Executivo com os parlamentares.

No campo regional, Belém recebeu a presença do vice-presidente da República, General Hamilton Mourão, para tratar do Conselho da Amazônia Legal, que está, agora sob total sua responsabilidade. O vice-presidente participou de reunião com o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), que reforçou o discurso dos governadores para tentar retomar estratégias para a sustentabilidade da Amazônia. Esse movimento político de cobrança e de busca de espaço e voz, junto ao Poder Executivo Federal, é fundamental para tentar viabilizar ações que possam melhorar a situação na região.

Assim, é possível observar que o Brasil precisa cada vez mais de uma gestão que privilegie o diálogo e que faça predominarem as melhorias coletivas, em especial em um contexto de falta de políticas regionais mais concretas, de poucos programas sociais em vigor e de uma diretriz econômica que não consegue levar o país ao caminho da recuperação.

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