RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

Eleições 2020 em Belém: Ibope mostra equilíbrio no 2º turno e votos de Priante devem decidir pleito

Rodolfo Marques

Foi divulgada no sábado (21), a primeira pesquisa Ibope que mede as intenções de voto para o segundo turno das eleições municipais para a Prefeitura de Belém. Foram ouvidas 602 pessoas entre os dias 18 e 20 de novembro de 2020, com a margem de erro de 4 pontos percentuais. Nos dados divulgados, há um empate técnico, com vantagem numérica para Edmilson Rodrigues (Psol), que detém 45% da preferência dos eleitores – enquanto que seu adversário, o delegado federal Everaldo Eguchi (Patriota), tem 43% das escolhas dos votantes. Considerando-se apenas os votos válidos, a proporção indicou 52% para Edmilson e 48% para Eguchi.

O cenário consolida a polarização que ficou clara na última semana do primeiro turno – entre 07 e 14 de novembro – e mostra um eleitorado dividido entre as perspectivas ideológicas mais à esquerda, de um lado, e mais à direita, do outro lado. Historicamente, aliás, é preciso registrar também que as escolhas dos eleitores de Belém se dão por aspectos que vão muito além da ideologia.

Edmilson usa, a seu favor, o fato de ter sido prefeito da cidade entre 1997-2004 (com um bom recall), o apoio de várias forças progressistas – com o engajamento de parcelas significativas das classes jornalística e artística – e os bons índices de aprovação enquanto parlamentar, representando o Pará. O deputado, segundo a pesquisa, tem apresentado mais votos entre os eleitores jovens e os mais escolarizados.

O delegado federal Eguchi busca uma conexão maior com o público conservador ligado a algumas denominações religiosas, com a adesão ao bolsonarismo – vencedor do pleito em Belém em 2018 –, além de investir no discurso da mudança e do combate à corrupção. O candidato do Patriota tem a preferência da maior parte das pessoas adultas, assim como entre os que têm um grau de instrução menor.

Esse acirramento no pleito deve permanecer até o dia 29 de novembro, quando do segundo turno das eleições. Tal cenário gera uma necessidade efetiva de os candidatos buscarem a conexão com os eleitores indecisos, principalmente dos pouco mais de 120 mil eleitores que optaram, no primeiro turno, pelo candidato José Priante (MDB), que ficou em terceiro lugar. No primeiro turno, a vantagem de Edmilson Rodrigues foi de cerca de 80.000 votos. O uso das plataformas digitais tende a se mostrar decisiva.

Outra variável importante se refere à abstenção. Cerca de 21% dos eleitores – pouco mais de 200 mil votantes – deixaram de votar no primeiro turno. Conseguir capitalizar parte desses votos a seu favor tende a ser outra das chaves do sucesso para a candidatura vencedora.

Assim, em mais um pleito em que predominou a despolitização do debate público, em que houve o crescimento assustador na veiculação de notícias falsas e em que as pautas da cidade de Belém não foram discutidas de maneira concreta, caberá ao eleitor fazer a sua melhor escolha para os próximos quatro anos na outrora chamada “Metrópole da Amazônia”.

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