RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

Eleições 2020: com eleitorado dividido, Edmilson será prefeito de Belém pela 3ª vez

Rodolfo Marques

O deputado federal Edmilson Rodrigues, de 63 anos, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) venceu as eleições para a prefeitura de Belém, em segundo turno, e vai ocupar pela terceira vez o Palácio Antônio Lemos, sede da administração municipal da capital do Pará. Os números finais de 29 de novembro mostraram um pleito muito acirrado, decidido voto a voto: Edmilson teve 390.723 votos (51,76%), contra 364.095 (48,24%) do delegado federal Everaldo Eguchi, do Patriota, com a diferença de apenas 3,52% a favor do candidato da esquerda política.

A apuração mostrou, acima de tudo – e mais uma vez – uma cidade dividida entre perspectivas muito diferentes. Nas dez zonas eleitorais, distribuídas nos 76 bairros e três distritos de Belém, Edmilson venceu em seis e o delegado, em quatro. Pesou a favor do deputado federal, entre outros fatores, a confiança da maior parte dos eleitores em sua experiência como administrador. O deputado federal já foi prefeito de Belém em dois mandatos consecutivos, entre 1997 e 2004.

No contexto das abstenções, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-PA) registrou a ausência de 209.721 (20,77%) no segundo turno, números muito parecidos com a primeira etapa das eleições. É um número alto, interfere no processo geral, mas não muito diferente da média tradicional percebida na cidade de Belém e/ou no estado do Pará. Não houve muitos votos brancos (15.897 / 1,99%) e nulos (29.295 / 3,66%), confirmando uma polarização mais clara entre os dois candidatos que disputavam a prefeitura.

Em uma eleição em que praticamente não foram discutidas as questões fundamentais da cidade, com seus múltiplos problemas estruturais e de gestão, fizeram diferença os apoios conseguidos pelo candidato do Psol junto a vários grupos socais, em especial junto ao campo progressista, além de uma comunicação mais efetiva e assertiva através das plataformas digitais, principalmente nos 14 dias do processo do segundo turno.

A vitória da esquerda também significou uma derrota do bolsonarismo e de certas posturas que vêm sendo observadas na gestão do atual presidente da República. Vários “recados” foram dados pelos diferentes tipos de eleitores, principalmente em relação às prioridades na escolha do voto. As Fake News e a estratégia da desinformação continuaram sendo usadas largamente no pleito municipal, principalmente abordando valores morais, algo já visto nas eleições de 2016 e de 2018.

Encerrado o pleito, é necessário que sejam “desarmados os palanques” e que sejam pensadas as prioridades e a equipe de governo do prefeito eleito. Muitos desafios se interpõem para Edmilson Rodrigues e seu “time”.

Mas esse será o tema do nosso próximo texto.

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