Disputas e divergências políticas mantêm o Brasil em um cenário de instabilidade Rodolfo Marques 23.10.20 20h00 -Atualizado em 23.10.20 20h07 O cenário político no Brasil continua mantendo uma certa “lógica” – a da instabilidade –, em especial na consideração do funcionamento institucional e do pacto federativo. No dia 21 de outubro, o plenário do Senado aprovou, por 57 votos a 10, a indicação do desembargador federal Kassio Nunes Marques para o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Nunes Marques ficará no lugar do até então decano da Corte, ministro Celso de Mello, que antecipou seu pedido de aposentadoria. O desembargador participou do rito da sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e, confirmando o histórico de todos os seus antecessores que passaram pelo mesmo processo, teve seu nome aprovado. A indicação, feita pelo presidente Jair Bolsonaro, atende uma demanda da chefia do Poder Executivo em ter um ministro com perfil mais conservador. Na sabatina, o novo ministro também apresentou algumas críticas aos excessos da Operação Lava-Jato. Nas últimas semanas, algumas dúvidas sobre registros e titulações acadêmicas por parte de Nunes Marques geraram inquietações em diferentes nichos sociais. No contexto da base de apoio ao presidente da República, continua a repercussão negativa em relação ao caso do senador Chico Rodrigues (DEM-RR) – há pouco tempo atrás, vice-líder do governo na Casa. Na segunda semana de outubro, ele foi flagrado com 33 mil reais na cueca, durante operação da Polícia Federal. A ação foi para investigar um suposto esquema de desvio de verbas públicas no estado de Roraima. Rodrigues pediu licença do cargo por 121 dias, deixando o cargo provisoriamente para o seu primeiro suplente – e filho – Pedro Rodrigues. O movimento do parlamentar foi uma resposta a uma provável ação do Senado em afastá-lo, e acabou sendo uma ação que, por ora, deixa os ânimos menos acirrados. No contexto do enfrentamento da Covid-19, o Brasil ultrapassou, já no final deste mês de outubro, a marca das 5 milhões e 300 mil contaminações e a de 155 mil mortes. A respeito das pesquisas sobre a vacina, o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, informou, em reunião com os chefes dos executivos estaduais, que o governo federal iria comprar 46 milhões de doses da “CoronaVac”, que está sendo desenvolvida pelo Instituto Butantan (SP) em parceria com o laboratório chinês Sinovac. Preocupado com a repercussão política do caso – e como forma de evitar visibilidade do governador de São Paulo, João Dória –, Bolsonaro desautorizou o ministro da Saúde e declarou publicamente que não haverá acordo com os chineses. A maior parte dos governadores, inclusive, posicionou-se a favor do general Pazuello, com o argumento de se aumentar a velocidade de um processo de vacinação em massa contra a Covid-19. Esse desdobramento político, inclusive, relembra a questão do pacto federativo, que ficou muito em evidência no contexto mais grave da pandemia, no primeiro semestre de 2020 – e na observância as responsabilidades de União, Estados e Municípios. Com esses conflitos e envolto nesses momentos de instabilidade, o Brasil continua “patinando” em relação ao bom funcionamento institucional e vê os interesses políticos e eleitorais do presidente da República preponderando sobre as demandas nacionais, como a recuperação econômica e o enfrentamento da pandemia. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave rodolfo marques colunas política coronavírus eleições 2020 vacina para covid-19 COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Rodolfo Marques . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM RODOLFO MARQUES Rodolfo Marques Governo Lula III conseguirá manter uma agenda positiva no restante de 2023? 17.07.23 17h20 Rodolfo Marques Candidatos às prefeituras, em 2024, precisam atentar para alguns aspectos 07.07.23 18h00 Rodolfo Marques Com Bolsonaro inelegível, para onde caminharão os votos bolsonaristas? 30.06.23 18h56 Rodolfo Marques É sempre a economia? Os bons sinais dos primeiros meses do governo Lula 23.06.23 16h57