RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

Depois de tantos desacertos, Bolsonaro tenta iniciar um diálogo com outras parcelas da sociedade

Rodolfo Marques

Após muitas semanas de “tempestade” política, a última semana foi marcada por algumas tentativas de ajustes nas relações do governo federal em relação aos demais poderes da República e também para com outros representantes da sociedade civil. 

No domingo (26.05), várias cidades brasileiras registraram manifestações a favor do governo de Jair Bolsonaro (PSL-RJ), além de algumas pautas mais difusas, como o apoio à Reforma da Previdência; as críticas ao Supremo Tribunal Federal, ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e ao agrupamento político do Parlamento conhecido como “Centrão”; a defesa do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, que foi até retratado como “super-homem”; e até discursos contra a chamada “velha política”. 

As ações tiveram um bom grau de adesão – em números inferiores ao que o governo federal talvez imaginasse, mas, por outro lado, o movimento demonstrou que Bolsonaro e seu grupo político detêm ainda um razoável apoio de várias parcelas da sociedade. Lembra-se o fato de que o político do PSL se elegeu presidente da República, em 2018, com quase 58 milhões de votos, abraçando uma bandeira anticorrupção, o conservadorismo nos costumes e encarnando o sentimento de antipetismo. 

Na sequência da semana, a partir de um encontro no Palácio Alvorada, Bolsonaro se reuniu com os presidentes da Câmara (Rodrigo Maia), do Senado (Davi Alcolumbre, do DEM-AP) e do Supremo Tribunal Federal (Ministro José Antonio Dias Toffoli), além da presença do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS) e de outros auxiliares. Em pauta, ajustes institucionais e a assinatura de um possível “pacto nacional”, em prol das reformas e das efetivas prioridades nacionais. Foi um aceno de Bolsonaro para evitar a deterioração das relações institucionais com os poderes Legislativo e Judiciário. 

Também nos últimos dias houve a votação no Congresso Nacional que confirmou a retirada do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) da tutela do Ministério da Justiça e da Segurança Pública e manteve a reforma administrativa do governo Bolsonaro, com a redução de 29 para 22 ministérios. Mesmo com algumas concessões a determinados partidos e sem base parlamentar efetiva para outros movimentos políticos, por ora, essas votações podem ser consideradas como vitórias do governo federal. 

E, na última quinta-feira (30.05.19), houve mobilizações a favor da educação em várias cidades brasileiras – em especial em Salvador-BA e no Rio de Janeiro-RJ, mas sem o mesmo impacto das ações ocorridas no último dia 15 de maio. Para além das questões apresentadas, há um acirramento nos diferentes grupos sociais e a tendência de ainda mais mobilizações contra o corte de recursos para as universidades e institutos federais.
 
A imobilidade administrativa e a incapacidade de governar por parte de Jair Bolsonaro ainda parecem realidades muito palpáveis, mas gerou uma boa expectativa o movimento do presidente em iniciar diálogos com alguns grupos sociais, além do resgate da possibilidade de, enfim, o Brasil começar a avançar nas suas pautas mais relevantes. A despeito da perda de tempo ocorrida nos primeiros cinco meses de gestão, há tempo e espaço para melhorias e para um governo que precisa, urgentemente, recolocar o país nos trilhos.

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