RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

Declarações desastradas do presidente da República e protagonismo do congresso nacional

Rodolfo Marques

As duas últimas semanas da política brasileira foram marcadas por novas declarações polêmicas do Presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL) e pela ação efetiva do Congresso Nacional – em especial do Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) – no avanço das discussões e da votação da Reforma da Previdência.

No âmbito das “ações” do presidente da República, ganhou as manchetes dos principais veículos de comunicação a inclinação do governo em indicar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) para o cargo de embaixador do Brasil em Washington, capital dos Estados Unidos. Segundo o presidente Bolsonaro, o seu filho “03” apresenta as credenciais para ocupar tal função (fluência em no idioma inglês, a idade mínima de 35 anos e um certo nível de aceitação do nome dele por parte do presidente norte-americano, Donald Trump). A possível indicação de Eduardo Bolsonaro para um cargo de tanta importância gerou críticas de diplomatas, políticos e juristas, tanto pelo aspecto da meritocracia (ou da falta dela, no caso em questão), quanto pelo desconforto por um caso claro de nepotismo na indicação para cargos públicos.

Para além disso, a verborragia tão característica nas falas públicas do presidente da República causou mais reflexos negativos: em poucos dias, Bolsonaro chegou a afirmar que não existia fome real no Brasil, desautorizou dados oficiais do Instituto Nacional de Pesquisas Especiais (INPE) a respeito do desmatamento na Amazônia, usou termos depreciativos para se referir aos nordestinos e ao governador do Maranhão (Flávio Dino, do PCdoB), falou inverdades a respeito da jornalista Miriam Leitão (TV Globo), defendeu o trabalho infantil, além de usar “argumentos” no mínimo questionáveis para defender a indicação do seu filho no caso retrocitado. Jair Bolsonaro vem mantendo posturas que marcaram seus quase 30 anos de sua opaca carreira parlamentar. Por vezes, todavia, ele denota esquecer as responsabilidades e posturas devidas ao cargo que ocupa e para o qual foi eleito democraticamente.

No campo das relações políticas, no entanto, a despeito de o Congresso Nacional viver um recesso informal em virtude das férias escolares de julho, a aprovação da Reforma da Previdência em primeiro turno, com votação expressiva dos deputados federais, mostrou a força da articulação de Rodrigo Maia, que vem ressaltando que o projeto, mesmo com algumas concessões e com a manutenção de benefícios para determinadas categorias, deve avançar até sua aprovação no Senado Federal até o mês de outubro deste ano. Embora de interesse direto do ministro da Economia, Paulo Guedes, o projeto da Reforma da Previdência está avançando muito mais pela ação dos deputados federais – e apesar da fraca articulação política do governo federal, em especial na figura do ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS)

A gestão de Jair Bolsonaro continua muito lenta em relação às demandas principais da população (melhoria econômica, geração de empregos, investimentos sociais, entre outros) e esse imobilismo administrativo vem causando desconforto na maioria dos brasileiros, mesmo em determinadas parcelas que o escolheram para presidir o país até o final de 2022. 

Além do mais, Bolsonaro vem mostrando uma obsessão dupla: lembrar frequentemente o PT, atacando-o sempre que possível; e investir no projeto de reeleição no pleito a ocorrer no final de seu mandato, em 2022.

Quais serão os próximos capítulos da história desse atual governo? A conferir.

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