RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

Crise sistêmica brasileira cresce e governo federal está cada vez mais fragilizado

Rodolfo Marques

O Brasil continua vivendo uma crise sistêmica (sanitária, socioeconômica e política) derivada da gestão calamitosa da pandemia de Covid-19 por parte do governo federal. Com um índice crescente de mortes causadas pelo novo coronavírus e com o colapso do sistema de saúde em todo o país, somando-se ao fato da lentidão na compra e na distribuição das vacinas, a crise vai se agravando.

É importante que se destaque a postura negacionista do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido/RJ), em relação à pandemia, como um fator preponderante para esta crise. A falta de uma política nacional de enfrentamento ao coronavírus e a negligência na busca de produção interna e da oferta externa pelos imunizantes. Na ausência de medicamentos efetivos de tratamento da Covid-19, as vacinas, juntamente com a prevenção, tornaram-se os únicos caminhos viáveis para lidar com o problema. 

No quesito econômico, a população tem um incremento dos efeitos da pandemia, com a carestia nos produtos e serviços, aumento do desemprego e falências de pequenas e microempresas. Bolsonaro evocou um falso trade-off entre salvar vidas e economia e a sua falta de assertividade acabou trazendo prejuízos nos dois segmentos. 

A crise se solidificou também pelos conflitos existentes no federalismo brasileiro. O Planalto entrou em confronto com boa parte de governadores e prefeitos do Brasil, trazendo dissonâncias em um cenário em que seria necessária uma ação coordenada e unificada, com suporte financeiro para os movimentos das unidades federativas. Lembre-se, aliás, que o auxílio emergencial, um importante suporte financeiro para as populações mais vulneráveis, em 2020, só foi viabilizada – e com repasses no valor de R$ 600,00 –, por iniciativa do Congresso Nacional 

No contexto político, no início de abril, considerando-se todo esse cenário que deixa o país como um dos que trataram de forma pior a crise pandêmica, o governo federal teve contra si mais um revés: a autorização para a abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19. A partir das pré-condições para a abertura de uma Comissão, o ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, determinou ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), em 08.04.2021, a instalação da CPI. O presidente Bolsonaro criticou o ministro do STF, acusando-o de fazer “politicalha”.

Assim, no meio de tantos desacertos e com o Brasil mergulhado na crise, a população fica cada vez mais desamparada, nutrindo esperanças por uma aceleração no processo de vacinação e por uma queda gradativa nos números de contaminações e mortes pela Covid-19. 

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Rodolfo Marques
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