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RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

Crise política precisa ser superada e Jair Bolsonaro tomar as rédeas do Governo Federal

Rodolfo Marques

A última semana foi marcada por muitas dificuldades na condução política por parte do governo federal. Foram crises de todas as ordens e o presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ) não conseguiu e não consegue manter o controle da situação.

A primeira questão ocorreu a partir da divergência de informações divulgadas, interna e externamente, a respeito da indicação do ministro da Justiça, Sérgio Moro, para uma vaga ao Supremo Tribunal Federal, no final de 2020 ou início de 2021, após à aposentadoria do decano da Corte, ministro Celso de Mello. O presidente Bolsonaro expôs que teria oferecido a vaga ao então juiz federal Sérgio Moro, após às eleições 2018, como um “argumento a mais” para que este aceitasse o convite para o ministério. Moro ressaltou que aceitou o cargo sem nenhuma condição prévia e/ou imposição, mas o impasse comunicacional acabou se escadelecendo. 

Na sequência, o governo federal, mesmo que indiretamente, foi surpreendido e atingido pela ação do Ministério Público Federal em investigar o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) e vários de seus assessores e ex-assessores, incluindo o controvertido Fabrício Queiroz. O MPF-RJ chegou a usar a expressão “organização criminosa” para se referir aos investigados por lavagem de dinheiro e outros possíveis delitos. Embora a ação não seja específica sobre Jair Bolsonaro, os resultados das investigações, além de comprometerem, possivelmente, a carreira política do senador, podem atrapalhar – e muito – o discurso anticorrupção feito durante a campanha eleitoral e nos primeiros meses de gestão do presidente da República. 

Na quarta-feira (15.05.19), o Ministro da Educação, Abraham Weintraub, esteve no plenário da Câmara dos Deputados, após ter sido convocado pelo parlamento, para prestar esclarecimentos sobre os cortes de recursos para as universidades e institutos federais. No mesmo dia, o governo federal enfrentou a primeira grande manifestação em todos os estados brasileiros, com a mobilização de estudantes e professores contrários ao contingenciamento de valores para a educação superior, além de outras pautas secundárias. Falando diretamente dos Estados Unidos, Jair Bolsonaro, chamou os manifestantes de “idiotas úteis”, gerando ainda mais controvérsias e críticas. 

E, na sexta-feira (17.05.19), Bolsonaro distribuiu, via grupos de WhatsApp, um texto escrito por um ex-candidato a vereador pelo Rio de Janeiro falava que o país se encontra “ingovernável” e que o modus operandi da atual gestão veio contrariar interesses de muita gente ligada à política tradicional. Foi mais um sinal da grande desorganização que prevalece dentro do Palácio do Planalto. 

Diante de tantos desacertos, o que a sociedade brasileira mais espera é que Jair Bolsonaro e sua equipe consigam retomar a chamada governabilidade e que possam agilizar a aprovação das medidas que são mais urgentes para a população – em especial as questões da geração de empregos, dos investimentos em saúde e segurança públicas e da melhoria nos processos educacionais. Por ora, o governo federal está deixando a desejar em praticamente todos esses segmentos. 

Bolsonaro precisa, enfim, descer do palanque eleitoral (o pleito acabou há mais de seis meses) e focar no que é essencial para o país. 

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Rodolfo Marques
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