RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

Crise no sistema prisional no Pará. No âmbito federal, Bolsonaro continua criando polêmicas.

Rodolfo Marques

A semana começou, no estado do Pará, com as assustadoras imagens do massacre ocorrido no presídio de Altamira. Ao todo, 62 presos foram mortos dentro do contexto da briga do controle do presídio por diferentes facções. Como uma forma de dar uma pronta resposta para a sociedade paraense, o governador Helder Barbalho (MDB-PA) conseguiu, junto ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, a transferência de detentos para presídios federais, como uma forma de debelar o foco da crise e tentar investigar de maneira mais acurada as causas que levaram ao episódio desastroso.

No âmbito nacional, a verborragia do presidente Jair Bolsonaro (PSL) continua causando crises desnecessárias ao governo, além da predisposição quase permanente do presidente em atacar pessoas e instituições que não coadunem das mesmas ideias. Desta vez, o alvo foi o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz. Desafetos políticos, Bolsonaro e Santa Cruz vêm expondo suas rusgas na mídia tradicional e nas redes sociais. O presidente da República resolveu atacar o presidente da OAB, fazendo alusão à maneira como o pai de Felipe, Fernando Santa Cruz, desapareceu durante a ditadura militar. Bolsonaro ainda tentou “amenizar” a sua fala, ao dizer que militantes do grupo Ação Popular, nos anos 1970, teriam assassinado Fernando Santa Cruz, mas o estrago já estava feito. Nesse contexto, Fernando Henrique Cardoso, presidente da República entre os anos 1995 e 2002, afirmou, nas redes sociais, que Bolsonaro despreza os limites do bom senso por sua incontinência verbal.

Ainda no contexto da política nacional, entre os políticos de oposição ao governo federal, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), vem se convertendo como o principal adversário de Bolsonaro, tanto no campo do discurso quanto também em ações mais claras. Visto que, de certa forma, o debate eleitoral de 2022 já vem sendo antecipado, é interessante acompanhar os movimentos de Dino e de outros políticos oposicionistas para fazerem a contraposição ao bolsonarismo. E o próprio cenário das eleições municipais de 2020 pode dar um parâmetro/termômetro da política brasileira nos próximos anos, inclusive na reorganização das forças partidárias e nos embates ideológicos que vêm sendo travados.

Assim, completados 7 meses de gestão federal, a despeito dos desajustes políticos do governo, os índices econômicos precisam começar a melhorar – e a conjuntura internacional parece estar favorável a isso. A sensação geral é de que o governo pode até melhorar seu desempenho, se Jair Bolsonaro e seus núcleos político e familiar não atrapalharem tanto essa caminhada.

E, no nível local, com grande apoio político e com respaldo popular, Helder Barbalho precisa buscar mecanismos para respaldar uma de suas principais bandeiras quando da campanha eleitoral – o reforço à segurança pública, com a garantia do bem-estar social. É, sem dúvida, um grande desafio.

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