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RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

Comunicar-se bem é preciso: os percalços comunicativos de Jair Bolsonaro

Rodolfo Marques

Desde a campanha eleitoral para a Presidência da República, em 2018, o então candidato Jair Bolsonaro (PSL) optou em utilizar os recursos das mídias e redes sociais – principalmente o Twitter e o Facebook – para se comunicar com o seu público. Seria uma comunicação com menos “intermediários”, uma forma de fortalecer o contato direto com o seu eleitor, tanto para fugir da mediação dos canais tradicionais – emissoras de TV e de Rádio, jornais e revistas – quanto para construir um “exército de seguidores” alinhado às suas ideias e bandeiras políticas.

A relação de Jair Bolsonaro com os principais meios de comunicação do Brasil sempre foi tensa. Esse incômodo ficou claro, inclusive, com a ausência em alguns debates eleitorais tanto na TV quanto no Rádio – e, após o atentado praticado contra ele, em Minas Gerais, no início do setembro do ano passado, a sua ausência se consolidou. Recorde-se também que ele teve pouquíssimo tempo de campanha eleitoral em rádio e televisão e soube usar, estrategicamente, a Internet como instrumento principal de sua abordagem. E tal tensão vem se acentuando nos primeiros meses de seu governo.

Mesmo após eleito, Bolsonaro procurou escolher determinados veículos para se pronunciar publicamente, em detrimento de usar a pluralidade e a relevância de outros canais, algo essencial dentro de uma perspectiva democrática. O conflito e o atrito com as mídias tradicionais e a preferência pelos canais virtuais são características políticas de Bolsonaro, para além de um aspecto estratégico. Em sua ida recente a Israel, no início do mês de abril de 2019, o Presidente da República chegou a criticar a imprensa de uma maneira geral, destacando que ela não consegue divulgar uma pauta positiva, atendo-se somente às críticas. Todavia, algo a se destacar é que está no escopo do papel da imprensa fiscalizar os gestores públicos, apresentando críticas e questionamentos sempre que se fizerem necessários.

A grande questão é que usar as chamadas mídias alternativas para se comunicar com o seu público é um direito de qualquer gestor. Todavia, há de se convir que, considerando-se a necessidade de uma permanente prestação de contas – accountability – e a presença importante do contraditório, é essencial que o Presidente da República busque mais canais de comunicação para com a sociedade brasileira já que, apesar de ter sido eleito por 57,7 milhões de brasileiros, ele tem por obrigação governar para todos. E políticas públicas devem ser pensadas para o conjunto da sociedade – e não apenas para grupos específicos.

O fortalecimento do uso dos recursos comunicativos, aliás, pode contribuir diretamente na percepção de confiança por parte das pessoas, além de colaborar para a construção da qualidade da democracia. Comunicar-se bem é preciso. E o Presidente Bolsonaro precisa usar os variados recursos de comunicação a seu favor – e a favor do país.

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