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RODOLFO MARQUES

RODOLFO MARQUES

Rodolfo Silva Marques é professor de Graduação (UNAMA e FEAPA) e de Pós-Graduação Lato Sensu (UNAMA), doutor em Ciência Política (UFRGS), mestre em Ciência Política (UFPA), MBA em Marketing (FGV) e servidor público.

Brasil segue em seu pior momento na pandemia e cenário político nacional muda com 'fator Lula'

Rodolfo Marques

Em 11 de março de 2021, com pouco mais de um ano de pandemia no Brasil, o país vive seu pior momento na chamada “segunda onda” da doença – embora o país sequer tenha superado a primeira onda. De acordo com dados do Painel Coronavírus do Ministério da Saúde, o Brasil apresentava mais de 11 milhões e 200 mil casos de contaminações e mais de 272 mil óbitos. A média de mortes diárias tem ultrapassado as 2.000 e o cenário se torna cada vez pior, com a falta de vacinas e ausência de assertividade do governo federal no enfrentamento à pandemia. Governadores e prefeitos vêm aumentando as medidas restritivas, como forma de tentar conter a expansão do vírus.

No Pará, o governador Helder Barbalho (MDB) divulgou novas medidas para o distanciamento social, em 9 de março, em especial para os moradores da Região Metropolitana de Belém. Cinemas e academias fecham as portas por uma semana, shoppings e lojas do comércio ficam com horários mais reduzidos e há o “toque de recolher” entre 21h e 5h, com vistas a evitar quaisquer tipos de aglomerações e a expansão da Covid-19. As medidas podem ficar mais drásticas e até culminar em um novo lockdown, a exemplo do que ocorreu em Belém e cidades vizinhas em maio de 2020.

Mas não há dúvidas de que o fato que mais mexeu com o cenário político foi a decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele anulou, na segunda-feira (8), todas as condenações do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva pela Justiça Federal do Paraná no contexto da Operação Lava Jato. Assim, o principal líder do PT recuperou seus direitos políticos e pode se candidatar a presidente em 2022. Na concessão do habeas corpus pedido pela defesa de Lula, o ministro entendeu que a 13ª Vara Federal de Curitiba, origem da Lava Jato, não teria competência para julgar os processos do tríplex do Guarujá-SP, do sítio de Atibaia-SP, e os dois ligados ao Instituto Lula.

Ato contínuo, as repercussões no meio político foram intensas. O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) criticou a decisão do ministro do STF e destacou que Lula e o PT não propõem nada e só sabem mentir. Ao mesmo tempo, Bolsonaro mudou drasticamente sua posição em relação ao uso de máscaras e à compra de vacinas. Ele anunciou ações para agilizar a aquisição dos imunizantes e apareceu publicamente usando máscara, algo impensável algumas semanas ou meses antes. 

Por outro lado, Lula subiu ao palanque em São Bernardo do Campo-SP e fez um pronunciamento que despertou muita atenção do público que acompanhou pela internet: o ex-presidente falou em pacto nacional, em enfrentamento à pandemia, fez críticas à mídia, à Lava Jato e deixou vários recados a determinados grupos sociais – inclusive os militares. Lula buscou, simultaneamente, uma conexão com suas bases populares e uma fala mais amena para com o mercado.

O cenário da polarização político-partidária está novamente delineado. Todavia, neste momento específico, e sempre, aliás –, o país precisa da política – e dos políticos – para vencer suas crises, como a da atual pandemia. E, assim, boa parte dos brasileiros lamenta que questões pré-eleitorais estejam interferindo nas ações na área da saúde e pautando o governo federal.

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