Bolsonaro vai à Ásia, mas o Brasil continua em crise política Reforma da previdência chega à reta final Rodolfo Marques 25.10.19 6h00 Em mais uma semana turbulenta da política brasileira, Jair Bolsonaro (PSL-RJ) – o pivô de praticamente todas as crises nacionais – esteve em visita à Ásia. Na ida à China, aliás, o presidente brasileiro disse estar, em um tom provocativo, em um “país capitalista”. Afirmou também que poderia conceder vantagens para a imigração de chineses no Brasil. Essa postura do governante brasileiro procurou estabelecer relações mais positivas com a potência chinesa, em especial com o empresariado local. A crise no PSL prosseguiu, com declarações cada vez mais contundentes da ex-líder do governo na Câmara Federal, a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP). Em algumas entrevistas, para responder aos ataques que vem sofrendo nas mídias e redes sociais por parte de pessoas ligadas aos filhos do presidente da República, Joice usou o termo “milícias virtuais” e ressaltou que essa prática de atacar adversários a partir de perfis supostamente falsos via Internet foi um expediente usado, inclusive, na campanha eleitoral de 2018, em que Jair Bolsonaro foi eleito. O uso de fake news foi trazido à tona – e Hasselmann pode comparecer à CPI que trata do assunto, deixando em apuros políticos e assessores ligados ao presidente. Ainda no núcleo político mais próximo ao presidente, foram divulgados áudios em que o ex-motorista e ex-assessor do hoje senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), Fabrício Queiroz, estaria oferecendo cargos públicos em troca de algumas vantagens para determinadas pessoas. O “fantasma” de Queiroz volta a assombrar o presidente, visto que até hoje não foram explicadas as transações comerciais e negociações do ex-assessor, que atualmente passa por um tratamento de saúde e tem evitado quaisquer contatos com a chamada grande mídia. No âmbito do Congresso Nacional, a reforma da Previdência foi definitivamente aprovada no Senado, na quarta-feira (23.10), com alguns ajustes em relação ao regime de aposentadorias especiais. Pelo trâmite previsto, o projeto deverá ser promulgado até 19 de novembro, com a presença do presidente Bolsonaro. Ressalte-se que o andamento da reforma e sua aprovação nas duas Casas Legislativas dependeram muito mais da ação dos parlamentares, em especial dos Presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP). A reforma está sendo aprovada apesar das trapalhadas do Palácio do Planalto. No contexto jurídico-político, continua o julgamento no Supremo Tribunal Federal a respeito da prisão após condenação em segunda instância. O tema voltou à tona a partir do pedido de alguns advogados e o placar parcial aponta 4 votos a 3 a favor da manutenção da jurisprudência que permite tal detenção. Faltando quatro votos, o julgamento será retomado na primeira semana de novembro e seu resultado pode beneficiar alguns condenados em segunda instância, como o ex-presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva. Após o fim da avaliação da matéria, o STF definirá o momento em que os condenados poderão ser presos – se com a execução provisória da sentença, se depois da condenação em segunda instancia ou se após o trânsito em julgado, com o esgotamento das possibilidades de recurso. Assim, em mais uma semana confusa no contexto político, mas importante no que se refere à Reforma da Previdência, fica mais nítida a sensação de que a conjuntura se mostra favorável para avanços, mas Jair Bolsonaro e seu grupo continuam atrapalhando os principais processos brasileiros. Faltam ao presidente a clareza de entender a importância do cargo e o aval para seus ministros para que estes conduzam as políticas necessárias para o Brasil. Bolsonaro continua levando o país a uma trajetória descendente. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave rodolfo marques colunas COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Rodolfo Marques . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM RODOLFO MARQUES Rodolfo Marques Governo Lula III conseguirá manter uma agenda positiva no restante de 2023? 17.07.23 17h20 Rodolfo Marques Candidatos às prefeituras, em 2024, precisam atentar para alguns aspectos 07.07.23 18h00 Rodolfo Marques Com Bolsonaro inelegível, para onde caminharão os votos bolsonaristas? 30.06.23 18h56 Rodolfo Marques É sempre a economia? Os bons sinais dos primeiros meses do governo Lula 23.06.23 16h57