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Sob coordenação do Departamento de Marketing do Grupo Liberal, aborda os temas relacionados à economia, negócios, tecnologia, comportamento e áreas afins. Publicação aos domingos, terças e quintas. A coluna recebe sugestões pelo e-mail maisliberal@oliberal.com.br.

Autor de livro sobre Suzane Von Richthofen, parceria da Miriti Gráfica e final do Égua do Chef!

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Papo Liberal

image Ulisses Campbell (Divulgação)

A Mais Liberal conversou com o jornalista paraense Ulisses Campbell, autor do livro "Suzane - Assassina e Manipuladora", lançado esta semana em São Paulo e que retrata o caso Richthofen, um dos crimes de maior repercussão no País. Ulisses tem três prêmios Esso de Reportagem, um Embratel de Jornalismo e trabalhou em O LIBERAL de 1998 a 2001. Confira!

O Caso Richthofen, ocorrido em 2001, é, até hoje, um dos que mais aguça a curiosidade das pessoas. Por quê?

Acho que as pessoas não esquecem até hoje a morte do casal Richthofen porque foi um crime que aconteceu na classe média paulistana e que tem como autores jovens da classe média. Então, acabou chamando muita atenção. Além disso, pela frieza com que o assassinato foi cometido. A Suzane arquitetou a morte dos pais na madrugada da quinta-feira e, em seguida, vai para o motel transar com o namorado. Sem falar que ela vai ao motel no dia do enterro dos pais e, depois, ainda vai lá chorar. Acho que essa essência rodriguiana da tragédia faz com que as pessoas não esqueçam. Na minha opinião, a Suzane vai ao cemitério no dia do enterro só para conferir se os pais estavam mortos.

O que o levou a escrever um livro sobre este crime?

Trabalhei durante muito tempo na Veja e, quando era repórter da revista, ia muito em Tremembé (SP) fazer as matérias sobre as saidinhas da Suzane. E ela não dá entrevistas. Alega que teve experiências ruins no passado e não gosta de jornalistas. Então, para obter informações, comecei a conversar com as colegas de cela dela e descobri que aquele universo prisional era muito interessante. A Suzane está imersa em um ambiente muito violento. Na cadeia, poderia dizer que ela, praticamente, está nas trevas.

Como foi o processo de produção do livro? Quanto tempo, quantas pessoas ouvidas e o que mais o marcou?

Passei três anos pesquisando e um ano escrevendo o livro. O material de pesquisa inclui entrevista com 56 presidiárias. Passei muito tempo mergulhado em processos criminais, execução penal e fiz muitas entrevistas com especialistas, como psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais e médicos.
O meu maior desafio foi entender o que se passa na cabeça de alguém que resolve matar os próprios pais, porque não me interessava contar só o que ela fez. Precisava entender o por que ela fez isso. O que mais me marcou foi a cena em que o casal foi assassinado. Para reconstituir essa cena, tive que ver os laudos, fotos da necrópsia e fiquei muito assustado, inclusive sem dormir, tendo pesadelos. Toda a cena do assassinato, que é uma das passagens mais fortes do livro, é contada a partir do olhar do Cristian (na época, cunhado de Suzane, e um dos autores do crime). Confesso que fiquei um pouco chocado de ouvir este relato do próprio autor do crime.

O livro tem como objetivo traçar um perfil de Suzane e recontar o assassinato. Há fatos que nunca foram divulgados anteriormente?

O livro não se limita a traçar um perfil da Suzane. Ele vai muito além disso. Ele mergulha no universo em que a Suzane está imersa na cadeia. Ele esquadrinha muito isso, como é a vida dela, quais os perrengues que passou na prisão. Uma coisa que temos que ter em mente   é que quando a Suzane chegou pela primeira vez na cadeia, ela estava fadada a morrer, porque o tipo de crime que ela cometeu não é aceito pela comunidade carcerária.
O livro mostra não só como ela sobrevive a essa pena de morte imposta pelo tribunal do crime, como ela ainda se torna a principal presa de Tremembé, a líder de Tremembé. É esse caminho que o livro traça. E também ele se aprofunda na vida das presas que estão ao redor da Suzane, com histórias paralelas bem interessantes.
O caso da Suzane é um caso fechado. Ela cometeu um crime, ela assumiu, é ré confessa, e colaborou com as investigações. Então não tem como trazer novidades, o que o livro traz de novo é a vida da Suzane depois que ela foi presa.
 
Você encontrou com Suzane três vezes. Como você descreve a detenta Suzane von Richthofen?

A Suzane é descrita no livro como manipuladora, egocêntrica e narcisista. Ela tem a personalidade infantilizada, além da agressividade camuflada. Essas são características das conclusões de psicólogos. Tive três encontros com ela e as minhas impressões sobre ela é que ela é uma mulher extremamente sedutora, muito educada e muito solícita, atenciosa, aquela pessoa que presta atenção no que você fala, ela espera você acabar de falar para poder falar. É uma pessoa muito polida é muito culta também. Apesar de estar na 18 anos presa, ela é uma leitora voraz de Tremembé, que chega a ler quatro livros por mês. E a cada três livros que ela lê, abate um dia na pena dela, então eu diria que a Suzane é uma pessoa muito inteligente.

A obra chegou a ser censurada pela Justiça a pedido de Suzane. Em algum momento você achou que poderia deixar de ser publicada?

Em função dos tempos estranhos em que estamos vivendo, de censura, como por exemplo o Portas dos Fundos, que teve um vídeo censurado, e um livro também na Bienal do Rio, que foi recolhido, fiquei um pouco preocupado. Mas sempre acreditei na Justiça, que a liberdade de expressão, que é um dos pilares mais fortes da democracia, seria preservado e foi o que acabou ocorrendo. O Supremo Tribunal Federal (STF), por meio do ministro Alexandre de Morais, acabou dando uma decisão a nosso favor e o livro foi para a rua.
O que eu fico mais espantado nesse caso todo é o poder que a Suzane tem de mobilizar uma banca de advogados da Defensoria Pública de São Paulo para defender os seus interesses. Isso me deixa assustado. Na minha opinião, a Suzane seduz e manipula esses defensores públicos de São Paulo.

Parceria

image Alírio Gonçalves, presidente do HBP, Carolina Kzan e Paulo Borges, da Miriti, e Vitor Mateus, da Governança Assistencial do Hospital (Divulgação)

O staff da Miriti Gráfica visitou a Beneficente Portuguesa para consolidar a parceria com a instituição.

Égua do Chef!

A grande final do primeiro reality de gastronomia paraense será nesta segunda, 27, às 19h, no Espaço Cultural do Castanheira Shopping, no terceiro piso. O público poderá acompanhar de perto qual será a dupla vencedora, além de interagir com todos os participantes da competição. Também estarão por lá alunos do Curso de Gastronomia da Unama, que é realizadora do projeto em parceria com o Grupo Liberal, e os patrocinadores do Égua do Chef!: Arroz Zilmar, Líder, Draft Super Zero e Sebrae.

Também vai ter stories

O Spotify realiza testes de um sistema com esse recurso para promover ou apresentar playlists. As análises são feitas tanto nos aplicativos da plataforma musical para iOS e Android. As funções também são semelhantes as do Instagram, com direito a inserções de textos e desenhos.

Pílulas Digitais

Na Mais Liberal digital deste domingo, Francy Rodrigues fala sobre métricas para avaliar se o seu perfil no Instagram está crescendo em visualizações. Assista!

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