Sentenças eternas Linomar Bahia 08.12.19 0h00 Antes que se imaginasse fosse deflagrada, algum dia, uma operação contra ladrões do colarinho branco tipo lava-jato, no Rio de Janeiro um auditor fiscal foi flagrado em desvios de conduta ética e banido da função pública. Seria o primeiro sinal de que algo poderia estar mudando, no comportamento da sociedade de um país, que já parecia acostumado a ser saqueado, desde que os descobridores exploraram e remeteram a Portugal quanto puderam das riquezas naturais da terra descoberta, principalmente toneladas do ouro extraído das Minas Gerais. Vieram os tempos posteriores, com as ladroagens à boca dos caixas públicos, enriquecendo políticos, gestores públicos e empresários privados, à custa da miséria cada vez maior e das carências em segurança, educação saúde e saneamento básico da população. Como nada acontecia, o Brasil ganhou a triste fama mundial, sob o rótulo de “país da impunidade”, por isso atraindo ladrões internacionais, contrabandistas e traficantes de drogas e biodiversidades, livres, leves e soltos, retratado até em filmes degradantes para a imagem dos brasileiros. Tamanha a experiência negativa, dificilmente sinalizaria o que viria pouco tempo depois, embora o episódio de corrupção envolvendo o auditor fiscal relembrasse o adágio de que o crime nem sempre compensa. A repercussão no ambiente familiar e nos círculos de relações pessoais foi tão devastadora, que o acusado tentou se transformar em outra pessoa, tentando inclusive trocar de nome, sem conseguir, assim também condenado a carregar, para sempre, o estigma de corrupto, contaminando atuais e futuros descendentes. Trazendo essa memória para os dias de hoje, há uma lista robusta e em acelerado crescimento, dos quantos estão condenados à mesma sentença desmoralizante, numa espécie de DNA negativo, incidente sobre as vindouras gerações. Passam a formar contingente de pessoas moralmente execráveis, praticantes de ações e de decisões que, com ou sem fundamentos, contrariaram os anseios coletivos e conceitos inerentes à honra e ao caráter, bens que considerável parcela da coletividade cultua e reclama, principalmente na vida pública. Conceitos religiosos rezam que a justiça dos homens pode falhar, mas a justiça Divina é infalível, interpretado à luz da reflexão de que, presos e soltos, julgadores e julgamentos poderão desfrutar da glória ou purgar as penitências dos pecadores perante os preceitos que dignificam ou condenam pelas palavras, atos e obras praticados ou permitidos. Em consequência, pouco importam as soluções nem os destinos de cada qual, porquanto a ninguém será possível escapar ao juízo e à repugnância dos puros e de bons costumes. Uma incursão pela dosagem para cada grau dos níveis, preconizada no "Inferno de Dante", induz a especular sobre o julgamento dos personagens arrolados nas práticas corruptas destes anos de lava-jato. Presos ou soltos, já estão mergulhados no purgatório como “mortos-vivos” ou “vivos-mortos”, na balança do juízo final, desfavorecidos peso maior dos males causados aos que têm por eles surrupiados os recursos que lhes faltam, por isso liminarmente condenados a arderem no fogo das sentenças eternas e irrecorríveis. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave colunas linomar bahia COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Linomar Bahia . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM LINOMAR BAHIA Linomar Bahia Faltam eles 11.08.23 13h35 Linomar Bahia Reforma para inglês ver? 24.07.23 16h24 Linomar Bahia Ativismo linguístico 18.07.23 11h52 Linomar Bahia Efervescência nacional 02.07.23 10h25