LINOMAR BAHIA

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Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

Qualquer semelhança pode não ser...

Linomar Bahia

Consta do romance e filme "Alice no país das maravilhas", publicado em 1865, o diálogo antológico, no qual a personagem-título pergunta ao gato: "Por favor, poderia me dizer que caminho devo tomar aqui? – Perguntou Alice. "Depende muito do lugar aonde você quer chegar" – disse o Gato. "Pode ser qualquer um" – respondeu Alice. "Então não importa que caminho vai tomar" – observou o Gato. "Desde que eu chegue a algum lugar" – acrescentou Alice, à guisa de explicação. "Ah, se andar bastante – disse o Gato – com certeza vai chegar". Qualquer semelhança poderá não ser mera coincidência com os avanços, recuos e desvios de rumos e objetivos nossos de cada dia.

Criador de universos fantásticos, o autor Lewis Carroll, intelectual e reverendo anglicano do Reino Unido entre 1832 e 1898, legou à posteridade a frase "quem não sabe onde quer ir, qualquer caminho serve", resumindo o que, certo modo, se assenta aos tempos e regimes vividos em nosso país, praticamente desde os eventos que marcaram o descobrimento, as fases de colonização, as manobras políticas que antecederam e redundaram na Independência, entre monarquia, ditaduras, democracias e ensaios de tipos de governos, no que já se experimentou inclusive o que deveria ter sido um regime parlamentarista.

Hoje, sete constituições depois, a mais recente também submetida a atos e fatos que contrariam e desvirtuam seus fundamentos, vale renovar a pergunta "para onde vamos", aportuguesando a latina bíblica “Quo vadis?”, atribuindo o uso original quando Cristo perguntou ao apóstolo João: "Agora, que vou para aquele que me enviou, nenhum de vocês me pergunta para onde vais?", frase que o texto apócrifo do Século III, "Atos dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo”, reitera na resposta de Jesus a Pedro, enquanto carregava uma cruz: "Já que você está fugindo e abandonando o meu povo, eu volto para Roma para ser crucificado".

Nestes tempos turbulentos devemos perguntar “E, nós, aonde será que vamos parar?”, diante da corrupção que enlameia o país, resultando na rejeição a que poucos governantes e políticos escapam, e mais uma frustração do que passou a ser vendido e comprado como “o novo”, logo envelhecido. Há pouco mais de um ano, haverá nova oportunidade para abrir novo caminho, ou continuar votando em falsas promessas, assim renovando o mesmo questionamento de agora, quando a pandemia passou a ser o novo campo da corrupção, impondo a escolha entre continuar mantendo tudo como está, ou, como sempre, até, piorar. 

Entre razões e consequencias históricas, há o simbolismo político do fogo, desde a origem e obtido ao simples riscar de um fósforo. Observadores do panorama institucional do país, entendem que os problemas naturais e produzidos, em movimentos convenientes e circunstanciais, vão além de atos isolados com objetivos determinados. Refletem um estresse, implicando em reflexão de autoridades que, insensíveis às evidências, parecem dissociadas da realidade nacional, assim incorrendo no risco continuarmos a ver a história se repetir e, como Nero no incêndio de Roma, estar" tarde demais. Isto é o fim”. Qualquer semelhança com o país de Alice, pode não ser mera coincidência.

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