Prevaleceu a força da fé Linomar Bahia 19.10.20 10h31 "A fé não costuma falhar", cantou o poeta musical Gilberto Gil, na linha da pregação milenar, segundo a qual a fé é capaz de tudo, até remover montanhas. A pandemia, ocorrência sanitária que tem sido invocada para quase tudo e oportunidade, inclusive, para a ladroagem em estados e municípios, foi capaz de estimular o autoritarismo oficial e religioso de "proibir" as manifestações religiosas coroadas pelo Círio. Mas não foi capaz de impedir que multidões fossem às ruas, seguir os mesmos trajetos e as reverências de sempre, mostrando que a força da fé move e remove obstáculos, nos louvores e penitências renovadas há 227 anos. Cálculos da própria Polícia Militar estimaram em 100 mil pessoas nas ruas, contrapondo a devoção às questionáveis restrições ao constitucional "ir e vir", proporcionando às autoridades formais e lideranças episcopais uma lição sobre que é o dono das festividades. Houvesse o bom senso e não prevalecesses os propósitos, por mais bem-intencionados, de tentar limitar a movimentação das pessoas, bastaria massificar as recomendações sanitárias e deixar a cada qual o direito de administrar a si próprio. Nada seria diferente, a despeito do policiamento, até porque, eventual uso de força faria mal a políticos e à religiosidade. Religiosidade, aliás, comprometida pelo reiterado distanciamento físico dos fiéis, separados por grades e portais dos templos fechados, com a Santa venerada à distância. Devotos tiveram que se contentar com as bênçãos das alturas da cidade, mas abaixo das celebrações fervorosas, e num forçado momento de reflexão eclesiástica, às portas da Catedral da Sé e na entrada da Basílica, restrita somente aos que os organizadores se acharam no direito imperial de elegerem, como exclusivistas da proximidade de Nossa Senhora de Nazaré, deixando aos fiéis o consolo dos acenos emotivos e gratidões por Graças alcançadas. Por essas e por outras, a religião católica tem sofrido constante perda de adeptos em todo o mundo, provocada principalmente pelos escândalos financeiros e disputas políticas no Vaticano, envolvimento de sacerdotes em crimes de pedofilia. Esvaziam a crença e falece o respeito pelos dogmas, requisitos indispensáveis à sustentação religiosa. O desprestígio do catolicismo inclui flagrantes impropriedades eclesiásticas, como no Brasil, onde sacerdotes exercem a opção preferencial pelas questões ideológicas e trocam os púlpitos de evangelização pelos palcos mundanos, deixando de ser bons pastores a "pop-stars" populares. Segundo pesquisa recente, 81% da população brasileira nasceu sob as bênçãos batismais do catolicismo, mas já está reduzida para 61%. Essa diferença de 20% somente se tem ampliado, com a perda de fiéis principalmente para os segmentos protestantes, havendo, ainda, os que se dizem transformados em ateus. A migração que ganhou níveis históricos na última década. Em 2010, havia no Brasil quase 1,7 milhão de católicos a menos que em 2000, perda média de 465 fiéis por dia, explicada também pelo cerceamento de manifestações de religiosidade, a exemplo das restrições às celebrações Nazarenas de agora. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave colunas colunas linomar bahia COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Linomar Bahia . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM LINOMAR BAHIA Linomar Bahia Contrassensos das desigualdades 02.10.23 11h33 Linomar Bahia Problema do lixo 17.09.23 8h00 Linomar Bahia Questão de assessorias 12.09.23 8h59 Linomar Bahia Consenso oco 20.08.23 10h50