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LINOMAR BAHIA

LINOMAR BAHIA

Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

P´ra que facilitar, se é fácil complicar?

Linomar Bahia

Há um tipo de gente e uma certa forma de gestão, que parecem vocacionadas para criar dificuldades onde deveriam proporcionar facilidades. Existem exemplos tão surpreendentes e incríveis, em absurdos que poderiam ser considerados "pegadinhas", ou deliberado propósito de fazer o pior, mesmo arriscando causar prejuízos a terceiros, em alguns casos até de forma irreversível. Quantas vezes qualquer de nós já ouviu alguma opinião ou tomou conhecimento de decisões governamentais claramente inviáveis e equivocadas, por isso rapidamente revogadas, quando não simplesmente ignoradas.

Também existem aqueles tipos polêmicos, assim identificados por serem "do contra" qualquer coisa, mesmo sem saberem o que, fazendo jus ao rótulo jocoso de "advogado do diabo", tamanhas são as controvérsias e questionamentos de que é capaz, por tudo e por nada, somente pelo fato de "discordar de tudo". Ideológicos radicais, independentemente da ideologia, e revoltado por índole, costumam recriar, inclusive em momentos críticos, a historieta anedótica do anarquista que, mesmo no desespero de um naufrágio e salvo numa comunidade, nem por isso, logo declarando, “se há Governo, sou contra!".

Em “O reformador do mundo”, Monteiro Lobato criou um personagem que encarna esse tipo de contestador, embora possa ser surpreendido pelos efeitos bumerangues das próprias contestações. “Américo pisca-pisca” achava tudo errado na natureza, citando, como exemplo, o fato da jabuticaba, uma fruta pequena, nascer de uma árvore tão frondosa, enquanto a abóbora, de grande porte, nascidas rés ao chão. Bastou uma soneca à sombra de uma jabuticabeira para viver quanto lhe custaria acaso tivesse razão, ao cair uma jabuticaba sobre o próprio nariz, causando dano menor do que uma fruta maior. 

Há algumas “leis” que poderiam ser observadas por decisões e iniciativas passíveis de terem efeito contrário ou não produzirem os resultados pretendidos. O capitão da Força Aérea americana, Edward Murphy é o autor da “lei” que leva o seu nome e foi a primeira vítima, quando trabalhava como um dos engenheiros envolvidos nos testes sobre os efeitos da desaceleração rápida em piloto de aeronaves. Levantou dúvidas sobre determinado funcionamento, justificando que “se alguma coisa pode dar errado, dará. E, se der errado, o erro causará o pior efeito, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível”. 

Mas, p´ra que facilitar, se é mais fácil complicar. Autoridades estabeleceram uma discriminação, para a aplicação da vacina contra a covide-19, com a melhor intenção de vacinar, primeiramente, profissionais de atuação na pandemia e outros segmentos vulneráveis. Em que pesem as boas intenções, o resultado é o que se vê. Essa outra espécie de “cotas”, sob o ponto de vista de saúde pública e no dispositivo constitucional segundo o qual “todos são iguais perante a lei”, abriu as portas para as “carteiradas”, conhecida mania nacional, privilegiando parentes e amigos, e um previsível comércio paralelo.

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