LINOMAR BAHIA

LINOMAR BAHIA

Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

Outros lados da moeda

Linomar Bahia

Em meio à síndrome que se abate sobre o universo humano, com a agora considerada pandemia do "coronavirus", sempre deverá haver espaço para uma avaliação racional, em torno das diversas faces da mesma moeda. Embora ainda a anos luz de distância da mortandade provocada por outras epidemias, as cinco maiores tuberculose,  peste negra, varíola, gripe espanhola e aids que, juntas, mataram mais de um bilhão e 400 mil pessoas, o mal da atualidade ameaça assumir caráter de paranóia, principalmente pela globalização midiática sobre vítimas clínicas e fatais, felizmente ainda na casa dos poucos milhares e desejos de ficar longe dos cataclismas humanos e sociais anteriores.

Veículos de comunicação, apesar de desempenharem trabalho de relevante utilidade pública, bem intencionados em prevenir e mobilizar a todos, no combate à proliferação do virus, acabam, ao contrário, por contribuir para a neurose que fecha comércio, suspende o funcionamento de órgãos de governo, essenciais à sociedade e produz estranhas e inquietantes visões de cidades quase fantasmas em todo o mundo. Mensagens nas redes sociais já começam a tentar um contraponto às "over doses" de recomendações e notícias desalentadoras, que não curam o mal enquanto, paradoxalmente, estabelecem um clima de insegurança e arriscam gerar uma psicose, doença tão grave quanto.

Essa preocupação começou a refletir o bom senso de pessoas que, mesmo sem a intenção, remete à fábula de que, quando se tem apenas limões, o jeito é procurar fazer uma boa limonada, acrescentando que o pior virus é aquele que contamina a alma. Recolhi, por exemplo, uma que diz "Desliga o noticiário um pouco.  A vida tá fazendo um convite pra você se voltar pra sua casa. Onde ficam as pessoas que você mais ama. Dance na sala com as crianças, cante bem alto, brinque, pinte, borde. Faça um bolo. Monte quebra-cabeças. Leia a Bíblia, ore, converse com Deus, como se conversa com um amigo! Logo logo a gente volta a se abraçar, a trabalhar, a comprar e a correr como antes..."

Contudo, qualquer que possa ser a dimensão real e sombrias as perspectivase das consequências, já se manifestam, em diversificados aspectos, as repercussões positivas e negativas nas vidas das pessoas e no funcionamento das nações, tanto quanto nas questões envolvendo emprego, ganhos e perdas coletivos e individuais. A exemplo da máxima, de que, nas crises, enquanto uns choram, outros ganham dinheiro vendendo lenços para enxugar as lágrimas, também nesta crise de grandes proporções existem os que ganham e os que perdem. Já podem começar a ser contabilizados os avanços que essa epidemia, como as anteriores , vai deixar para a o progresso humano de amanhã.

Vale, a propósito, como modelo exemplar, a utilização dos recursos da informática pelos órgãos públicos e empresas privadas, até agora presos ao corporativismo e ao comodismo, resistindo ao que os novos tempos propiciam. É o caso do teletrabalho, o "home-office" em expansão nos Estados Unidos e na Europa e crescentemente em setores  modernizados do Brasil e ao que parece aderir, finalmente, o setor pública brasileiro. O coronavirus está provocando a utilização do mecanismo e a desfrutar dos seus efeitos práticos, setoriais, quando agilizam ações e decisões e, coletivos, influindo inclusive na retirada de centenas de veículos das congestionadas ruas de todas as cidades.

Quando passar a onda dessa nova epidemia, que se deseja o mais breve do que tem sido previsto, a contabilidade apontará muitas perdas, principalmente das vidas debitadas ao virus, em meio a tantos milhões de outras vidas que se perdem todos os dias, em todo o mundo, por tantas outras causas, acidentais ou naturais. Mas, certamente, contabilizará muitas coisas que, confirmando o adágio de que "não há mal que não traga um bem...", se acrescentarão ao futuro dos mesmos povos, sofridos e assustados com a pandemia, principalmente na potencialização de medicamentos existentes e nas descobertas de novas drogas, como registram as faces das moedas nos pós das epidemias de antes.

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