LINOMAR BAHIA

LINOMAR BAHIA

Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

O 'dia seguinte'

Linomar Bahia

Chegou o "dia seguinte" da soltura de um preso mais reclamada nos últimos tempos, quando chegou a hora da verdade. Resta, então, perguntar: "e agora?", diante de um cenário político imune às agitações acalentadas pelo próprio ex-presidente e os apologistas do "Lula livre", após 18 meses de prisão, como acusado de corrupção e de lavagem de dinheiro, dissimulados em um tríplex no Guarujá. Provavelmente, essa pergunta já fazia parte das reflexões do então presidiário, quando se recusava ao cumprimento legal de regime semiaberto, embora justificada pela recusa do condenado em aceitar a condenação.

Para frustração dos que assim pensavam e desejavam, ainda está por vir, nem o horizonte próximo sinaliza, a hecatombe que sacudiria o país quando o “bordão” perdesse o sentido com a efetivação dasoltura. Povoava a imaginação dos lulo-petistas a expectativa de que o país inteiro ocuparia as ruas, num movimento crescente desde a carceragem em Curitiba, espraiando por todos os espaços nacionais. Alguns chegavam prever uma convulsão social, a partir da decisão do STF, como um rastilho de pólvora, pipocando em grandes manifestações e engrossando incêndio de proporções inimagináveis, com o líder à frente.

Mas, nada disso aconteu, restringindo a participação popular aos de sempre, dentro dos limites da falta do imposto sindical, dinheiro dos assalariados que sustentava. A euforia foi transformada numa ressaca e no registro frustrante de que tudo continua como dantes no quartel de Abrantes. Pelo visto e ouvido, a modesta repercussão da soltura frustrou até mesmo os atores e “extras” das ações e decisões acusadas de serem direcionadas a esse desfecho, decepção que também deve ter desarmado os espíritos, prevenidos e preparados para conter eventuais turbulências e justificar oportunistas medidas em nome da Ordem e da Lei

Há uma série de fatores para explicar o fiasco em que transformou os primeiros momentos da liberdade de Lula. Contribuíram, por exemplo, a decadência ética do petismo, a prisão das lideranças partidárias e o contágio do desejo do “novo”. A repercussão na mídia foi abafada pelas celebração dos 30 anos da queda do muro de Berlim, tiro mortal no comunismo internacional e consequente falência das soluções estatizantes que, não obstante, continuam se ancorando os discursos das esquerdas e acalentadas pelos que, como se nada disso houvesse acontecido, continuam a insistir em defender mortos e sepultados.

Ao mesmo tempo em que Lula era solto e os apoiadores se movimentavam para transformar o retorno do ex-presidente em triunfal “começar de novo” político, os espaços nos meios de comunicação e na mente das pessoas foram dominados pelos acontecimentos no Chile e na Bolívia, ao que se vão acrescentando os sinais de recuperação da economia e os avanços na reforma do Estado. Entre eles, a nova Previdência Social, a abertura dos cofres para os saques do   FGTS, 13º “Bolsa Família”, os vultosos recursos do pré-sal distribuídos pelo país, e os programas para aquecer a economia e prover os empregos.

E agora, o que fazer neste "dia seguinte"? Está posto ao lulo-petismo, um dos maiores e difíceis desafios a serem superados, na tentativa de reinventar o partido e recuperar o puritanismo perdido nos "mensalões" e "petrolões". Combater e liderar “contra o que”, eis a questão, diante de tudo quanto danoso ao país e à sociedade, nos últimos anos, foi produzido exatamente pelos 13 anos de governos petistas, pela corrupção bilionária, destruição da estrutura econômica e social e tudo quanto mais de pior ocorreu no país e está exigindo esforço e sacrifício para estancar. Uma prova de sobrevivência até para os ilusionistas.

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