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LINOMAR BAHIA

LINOMAR BAHIA

Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

Heróis e vilões

Linomar Bahia

Todo evento relevante, qualquer seja a natureza, e uma epidemia como essa do covid-19 se inclui entre eles, tem um roteiro preliminar de produção de uma história, nem sempre pontuada pela justiça em relação aos heróis, e nem sempre condenando os vilões ao peso exato das penas correspondentes. Assim costuma ser após as guerras, nos incidentes ideológicos, disputas pelo poder e nas escaramuças humanísticas. Seria desejável, em respeito à ética, que pesquisadores e historiadores se ativessem à realidade dos fatos, evitando exposição à suspeita de privilegiarem as versões em detrimento da verdade, gerando controvérsias e incredulidade.

Tal prática fraudulenta é razão de frequentes comentários de protagonistas e testemunhos de episódios merecedores de narrativas fiéis. Até hoje, mais de 500 anos depois, ainda costuma ser questionada a veracidade do "grito do Ipiranga", se, efetivamente, uma manifestação de independência ou fruto de um desvario num processo de distúrbio intestinal. Eu mesmo já vi, acontecimentos a que assisti, relatados de forma totalmente diversa do ocorrido, impropriedade que, como em todas as histórias mal contadas, comprometerão a visão de quem, no futuro, buscar subsídios para entender o presente e ter alguma visão do porvir.

Sobram razões, por isso, para que personagens e testemunhas oculares dos fatos se preocupem em registrar a autenticidade dos acontecimentos, “antes que cheguem os historiadores”. Exaltam os verdadeiros registros dos tempos, com narrativas reais, inclusive cruezas e deslizes que, não obstante, fazem parte do contexto, e sem favorecimentos gratuitos. Uma observação desabonadora de classe fundamental para futura correção de erros e potencialização de acertos, condicionados à responsabilidade de evitar que as versões se sobreponham aos fatos, e que más intenções e deturpações falseiem lições e experiências para o futuro.

Verdades, suposições e ilações generalizadas já estão sendo reeditadas, nestes dias, em torno da pandemia disseminada em todo o mundo. No Brasil, em particular, dissonâncias e inversões falácias estão ocupando enormes espaços, nas ações e decisões oficiais, entrevistas e ilações em nome da ciência, retratando um país onde a doença tem servido para mil e uma utilidades, particulares e corporativas, mais nocivas do que a própria pandemia nos lances de politização, judicialização e oportunismo dos aproveitadores de qualquer chance de promoção pessoal e proveito financeiro, promovendo disputas institucionais de funções invertidas.

Os principais capítulos da tragédia sanitária em curso deverão contemplar o terror implantado pelas autoridades, retumbadas pelos meios de comunicação, fazendo ecoar principalmente os óbitos, em linguagem e colocações beirando a satisfação, ao mesmo tempo em que praticamente escondem as curas. Vale parágrafos apropriados uma espécie de frustração nas perspectivas de recuo da pandemia e consequente possibilidade de fim do pesadelo, permitindo a impressão de que o coranovirus se assenta à máxima de que "morre o cavalo para o bem do urubú". Quanto aos heróis e os vilões, haverá facilidade em perceber quem é quem nessa história.

Nos vários terrenos em se desenrolam as diversas contendas, em nome do combate à pandemia e escudado na proteção aos pobres, entidade sempre presente como destinatário de suposta "boa intenção", será fácil a qualquer um destacar entre os heróis dessa história que está sendo escrita, os ocupantes da linha de frente e retaguarda de apoio às funções médico-hospitalares, com sacrifícios da vida de muitos e riscos da saúde pessoal e familiar dos que sobrevivem ao contágio. Quanto aos vilões, façam suas listas, onde haverá figuras com presença automática e outras, com lugares de honra para aproveitadores e corruptos da desgraça alheia.

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