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LINOMAR BAHIA

LINOMAR BAHIA

Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

Faltam novos Roosevelt e Churchill

Linomar Bahia

Nestes tempos, em que todos falam e nem todos têm razão, as ausências mais sentidas atendem pelos nomes de "bom senso", "serenidade" e "equilíbrio". À margem e por conta da pandemia da atualidade, quando o mundo tateia na escuridão em busca da origem e de remédio, oportunistas de todas as oportunidades transformam entrevistas e debates em palanques eleitorais, em nome dos pobres, só lembrados em situações assim e logo esquecidos. Enquanto isso, a China fica melhor do que antes de exportar a epidemia, faturando mais alto, coincidentemente, com produtos usados na prevenção e no combate ao vírus.

Conta a história que os povos sempre extraem ensinamentos e experiências de crises, das guerras e nas epidemias. Vitoriosos aperfeiçoam as formas e instrumentos vencedores e, os vencidos, transformam as razões do fracasso em lições para o futuro. Incontáveis têm sido as conquistas das sociedades, resultantes, principalmente, das duas grandes guerras mundiais, confrontos imperiais e revoluções, entre as quais a emblemática "Revolução Francesa". Deduzidos eventuais exageros, não é demais considerar que, sem os conflitos, o mundo pouco teria progredido, além dos rudimentos da antiguidade.

No combate atual, o que se convencionou denominar de "Novo" ao velho coronavirus, denota ser um antigo conhecido em suas infecções gripais, pelo que não deveria ser tão perigoso. Como em todas as excepcionalidades, reclama das autoridades e lideranças públicas e privadas, ao menos o equilíbrio de lideranças passadas nas relações com os liderados. No auge da segunda guerra mundial, enquanto os alemães bombardeavam ingleses, o estadista Winston Churchill fazia ecoar, pelas ondas da BBC de Londres, mensagens de calma e confiança na vitória, que depois ele sinalizaria com os dedos em forma de "V".

Em outra guerra, econômica e profundos danos sociais, o presidente norte-americano Franklin Roosevelt sublinhou com a sensatez o discurso de posse em que anunciou ações, que executou em seguida, para superar os efeitos da Grande Depressão de 1929, o pior desastre mundial do século XX. Ficou célebre, desde então, a frase conclamando o povo de que nada tinha a temer, a não ser a si próprio, resumida na expressão "A única coisa de que devemos ter medo, é do próprio medo". Segurança e equilíbrio que estão faltando, também contaminando os meios de comunicação e o sistema econômico e social.

Enquanto fecham o comércio e desertam as ruas, conselhos e orientações beiram conotações de terrorismo, quase mandando as pessoas se esconderem e a seus velhinhos do vírus, ao mesmo tempo em que há contradição, por exemplo, em aglomerações em postos de vacinação. Ou, como impedir que entregador de comida repasse ao consumidor contaminação de uma embalagem? Em situações assim, passada a pandemia poderá haver o risco da eclosão de outra epidemia, ainda mais grave, individualizada e diversificada nos obesos, alcoólatras, depressivos e neuróticos que a quarentena ociosa está gerando.

Estão faltando líderes com os predicados que os tornem os novos Roosevelt e Churchill, pela serenidade na comunicação com seus liderados em situações de igual ou, até, maior gravidade, das guerras e recessões econômicas, pelo que, também, se tornaram referências históricas de lideranças. No Brasil, ao contrário, a situação tem sido usada preferencialmente às pretensões políticas de alguns, enquanto faltam palavras que, embora recomendando os cuidados necessários, não provoquem intranquilidade e até sérios abalos físicos e psicológicos à população, principalmente aos mais sensíveis e vulneráveis.

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