'Fake news' de sempre Linomar Bahia 29.12.19 0h00 Até parece que as mentiras, também denominadas "fake news", sejam maldosas, ou piedosas, surgiram agora, tamanhas as repercussões e estresses com que passaram a ser consideradas, consumindo energias e tempo de instituições e personalidades, em nome da, igualmente, falsa hipótese de serem combatidas e na utópica possibilidade de serem eliminadas. Tão antigas quanto o mundo, nenhum rei, imperador, guerra ou ditadura conseguiu acabar com as atuais "fake news", que sempre existiram, apenas mudando de nomes, como "lorota", "boato", "fofoca" e coisas do gênero, adequando o uso às finalidades e canais das épocas. Notícias inverídicas e informações falsas já foram "armas de guerra", fartas nas anotações milenares do general chinês Sun Tzu, no clássico "Arte da Guerra". Através dos tempos e evoluções tecnológicos, adquiriu mil e uma utilidades, fazendo dos novos meios as mensagens também para iludir e auferir vantagens, em que os prejudicados de hoje têm sido os mesmos beneficiários de ontem e de amanhã. Particularmente na política, ganhou notoriedade ao ser acusada de influir na eleição de Donald Trump, acusado do uso desse recurso ilegal contra a concorrente Hillary Clinton, na última eleição norte-americana. Segundo o dicionário de Merriam-Webster, considerada, desde 1828, a maior e mais completa obra do gênero em língua inglesa do mundo, a origem da palavra da moda para rotular coisas falsas, data da Inglaterra do século XIX, então para classificar forma de calúnia, pontuando ações e reações onde quer que existam seres humanos. Há verdadeiros centros produtores de notícias falsas, como a antiga Iugoslávia, hoje Macedônia. Estudos de Robert Feldman, da Universidade do Massachusetts, concluíram que o ser humano conta, ao menos, três mentiras a cada 10 minutos, continuadas inclusive como vício. A história universal das "fake-news" lista uma legião de famosos, vítimas de injúrias e calúnias que caracterizam a capacidade destrutiva de honras e "status" de mensagens falsas. Durante, por exemplo, a batalha naval de Actium, na Roma antiga, Otávio, que viria a ser o futuro imperador Augusto, espalhou que Marco Antônio, tido como amante de Cleópatra, a rainha do Egito, que estava em guerra com Roma, planejava mudar a capital do Império para o Egito. Inventaram também que Cleópatra tinha se suicidado, o que fez com que Marco Antônio também se matasse, um exemplo histórico dos malefícios dessa prática. Mas o maior "fake news" da história teria sido a chamada "Doação de Constantino", denunciando que o Imperador Constantino teria doado ao Papa Silvestre parte da Itália e outros territórios Igreja Católica, assim fortalecendo o poder e a influência da igreja de Roma na Idade Média. Somente mil e cem anos depois houve a comprovação da falsidade do documento. Na Primeira Guerra Mundial, entre 1914 e 1918, durante a invasão da Bélgica, os alemães espalharam que mulheres franco-atiradoras matavam os militares alemães, deflagrando um massacre da população civil belga, eternizado em milhares de cruzes no país. Nas eleições brasileiras, as diferentes formas e denominações de "fake news" sempre estiveram presentes e responsabilizadas por vitórias e derrotas, também todos mentindo, ao serem, ao mesmo tempo, inocentes, culpados e cúmplices, nos repetidos "estelionatos eleitorais". “Ninguém escapa aos golpes de uma língua caluniadora”, dizia Shakespeare, vítima de boatos de que não escreveu sua obra. Aos políticos, resta o consolo da frase do estadista francês Charles de Gaulle, ele mesmo acusado de muitas mentiras, antes e durante o governo: “Como um político nunca acredita no que diz, fica surpreso quando os outros acreditam.” Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave colunas linomar bahia COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Linomar Bahia . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM LINOMAR BAHIA Linomar Bahia Olho neles 08.03.23 14h51 Linomar Bahia Realidades filosóficas 01.03.23 13h31 Linomar Bahia Primeiros e últimos 13.02.23 16h35 Linomar Bahia Nada por acaso 06.02.23 12h11