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LINOMAR BAHIA

LINOMAR BAHIA

Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

Estão faltando 'Eles'

Linomar Bahia

Os dias de carnaval, que muitos entendem destinados apenas ao que antigamente denominavam “folguedos de Momo”, também podem ser aproveitados para uma enorme variedade de fins, inclusive as reflexões, sejam nos “retiros espirituais” ou nas análises de grupos, sobre o passado, o presente e o futuro da humanidade. Que tal, então, uma sugestão para que lideranças de todas as atividades, em especial aquelas quanto as dificuldades de natureza institucional: passem em revista os acontecimentos da década em curso, e suas repercussões no país de agora, projetando seus efeitos para o Brasil de amanhã.

Provavelmente todos formamos unanimidade em torno da clara percepção das diversas formas de crises que se têm abatido sobre a sociedade, potencializadas com os incidentes éticos e morais dos “mensalões” e no bilionário “petrolão”. Suas consequentes reações populares, envolvendo o “Impeachment” presidencial e prisões de figurões, inclusive ex-presidente da República, eclodiram nas urnas do pleito de 2018, com a rejeição da chamada “velha política” e a eleição do que seria considerado “o novo”, simbolizado pela surpreendente unção à presidência da República de candidato antes improvável.

Mal foi proclamado um resultado eleitoral jamais imaginado, desmoralizando inclusive previsões de Institutos de pesquisas, o desconsolo e a revolta dos setores contrários aos principais eleitos, passaram a engrossar os sentimentos de revolta, transformados em campanhas e ataques contra os novos ocupantes do Poder nacional e correspondentes nos governos regionais. Os nervos ideológicos expostos e as revoltas setorizadas, passaram a inflamar ainda mais as discussões e acirrar os ânimos, particularmente diante de decisões judiciais à revelia da vontade popular, embora pautadas no espírito e objetivos das leis.

Como ensina o vocabulário popular, a luta continua e, até onde a vista e as percepções enxergam, sem perspectiva de trégua, mesmo no horizonte mais remoto. Pelo contrário, há situações e procedimentos mais compatíveis com regime parlamentarista e tons autoritários, do que inerentes ao tão falado, mas, na prática, frequentemente flexibilizado “estado democrático de direito”, consubstanciado na teoria dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário independentes, embora harmônicos, cada qual no seu quadrado, como imaginavam Sócrates e seguidores e sintetizado por Montesquieu no “Espírito das Leis”.

Quase diariamente, os brasileiros ouvem e veem palavras, debates e decisões que parecem transformar a “Praça dos Três Poderes”, em Brasília, em arena de disputa de egos e poderes. A invasão de atribuições e os choques de posições, verbalizados nos pronunciamentos ácidos e atiçados por segmentos da mídia, emprestam caráter de confronto permanente, em que as autoridades se desgastam e todos perdem, principalmente a sociedade, assistindo a tudo entre atônica e indefesa, enquanto espera que a atuação de cada um supere as travas e entraves que impedem a solução dos problemas nacionais.

Está em curso uma corrosão da estrutura formal do país, provocando instabilidade institucional, em que ninguém respeita a ninguém, nem a nada, nas insurreições fardadas, greves politizadas e intolerâncias generalizadas, afervescendo o caldeirão em que arde a vida nacional. Sobressai a falta de um estadista, capaz de liderar uma cruzada que pacifique espíritos e acalme ânimos, conclamando a que “... cada um cumpra o seu dever”, como proclamou o almirante Barroso na Guerra do Paraguai. Ou, estão faltando os “cabelos brancos” a que se referia o saudoso Ulisses Guimarães, quando das diatribes dos jovens do governo Collor.

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