LINOMAR BAHIA

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Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

Contraste à espera de solução

Linomar Bahia

Sucessivos Indicadores do desenvolvimento econômico e social do país, repetidos nos mais recentes divulgados pelo IBGE, mostram o nosso Estado patinando nos índices negativos em todas as áreas pesquisadas, sintetizando a pobreza, mesmo nas regiões produtoras, num contraste com as muitas riquezas de que o Pará é detentor. As baixas colocações em educação, saúde e segurança, por exemplo, estão sempre renovando os questionamentos sobre os “porquês” de situações difíceis de serem explicadas e muito menos justificadas, enquanto o tempo passa e nada sinalize alguma perspectiva de que venham a melhorar.

Constrange o registro de que quase metade da população paraense, correspondente a cerca de 4 milhões de seres humanos, vive abaixo da linha da pobreza, que o Banco Mundial considera os que ganham até 406 reais mensais, situando entre os três estados mais pobres do país, classificação agravada quando se sabe de famílias sobrevivendo com muito menos. Esse constrangimento assume proporções ainda mais alarmante quando, nos indicadores de riquezas nacionais, o Pará ocupa os primeiros lugares na pauta de exportações e na balança comercial do Brasil. O que falta para equilibrar tão contrastantes?

Eis uma das perguntas que se recusam a calar, facultando perguntar o que têm feito sucessivos governadores, parlamentares e outros responsáveis por promover o bem-estar da sociedade, liderando o progresso e o desenvolvimento econômico, usufruindo do próprio potencial extraordinário do território paraense. É animador saber que o Pará é um dos estados brasileiros mais ricos em recursos minerais. Segundo informa o Sumário Mineral do Pará, nosso Estado concentra 80% das reservas nacionais de bauxita, 77% de cobre, 43% de caulim, 36% de manganês e 14,8% de ouro, como se estivesse dormindo eternamente em berço esplêndido.

Outros números desafiam saber com um Estado pode ser tão rico e seu povo tão pobre tão pobre. Ano passado exportamos mais de 15 bilhões de dólares, registrando um saldo superior a 14 bilhões de dólares, o segundo melhor entre os demais estados, atrás apenas de Minas Gerais. Segundo dados divulgados pelos ministérios da área econômica e de exportação brasileiros, ficamos na sétima posição, à frente de estados tradicionalmente bem posicionados em quesitos assim, como Santa Catarina, Espírito Santo e Bahia. Além da exploração das minhas de ferro, o Pará tem sido o maior produtor de pimenta do reino, gado e já liderando no cacau da transamazônica.

Vale a pena repetir que o Pará tem sido cantado em prosa e verso como dos mais ricos em recursos naturais, liderados por Carajás como a maior mina a céu aberto do planeta. Possuímos o terceiro maior rebanho de bovídeos (bois e bubalinos), somando mais de 20 milhões de cabeças, superado somente pelos rebanhos de Minas, Mato Grosso e Goiás, ambos acima de 25 milhões. Temos as hidrelétricas de Tucurui, “Belo Monte” e outras em construção, mas há praenses ainda às escuras. Graças à forte presença nas pautas de exportação, o Pará produz divisas líquidas para o país, contabilizadas pelo Banco Central na proporção de um para cada 10 dólares.

Especialistas em políticas econômicas e desenvolvimento humano pregam a inversão da perversa equação das riquezas versus empobrecimento do Estado, estagnado em 2% do PIB nacional. Reverbera, então, a pergunta sobre o que está faltando para que o Pará desfrute das valiosas riquezas naturais e energéticas? Nas promessas de campanhas, não se ouve qualquer explicação de tamanha desídia política e governamental, enquanto se multiplicam os bolsões de miséria, responsáveis pelos piores índices de desenvolvimento humano e as consequências no caos na saúde, educação e segurança públicas. Questões à espera de respostas dos políticos e reflexão dos eleitores

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