Ao sabor das 'nuvens passageiras' Linomar Bahia 28.06.20 8h00 Famoso político das Minas Gerais de antigamente, deve ser lembrado pelos conterrâneos por serviços prestados à sua terra, mas certamente tem sido mais lembrado pelas oportunas frases de efeito, em que tinha a maestria considerada típicas da mineirice. É atribuída a ele, por exemplo, a comparação entre os movimentos das nuvens com as volubilidade dos políticos e suas consequências, refletidas nas sucessivas ondas em que se equilibram seus surfistas, mudando de posições e assumindo novos comportamentos ao sabor das conveniências e circunstâncias de cada momento. Coincidência, ou não, nos anos 1970, o compositor Hermes de Aquino produziu sucesso musical, em que a letra retrata exatamente as oscilações morais e oportunistas na vida pública, como "nuvem passageira, que com o vento se vai..." Em algumas ocasiões, conforme as nuvens mudam de figura, situações políticas se assemelham a um jogo de xadrez. Mexer em cada peça e a repercussão de determinadas jogadas, pode selar a sorte das peças a cada movimento, revelando os jogadores mais hábeis, seja pela paciência e perspicácia, seja pela sensibilidade estratégica rumo ao "xeque-mate". Os políticos brasileiros e o cenário político nacional experimentam mais um dos momentos em que as nuvens se apresentam mais passageiras, com a velocidade nas mudanças de imagem e na falta de perspectiva sobre qual será a próxima formação. Mudanças de situações e novas ocorrências exercem influências imprevisíveis nas decisões balizadas pelos fatos, por vezes despercebidas na variedade e nos impactos menores, mas evidentes nas frequentes reversões de expectativas eleitorais que desmoralizam pesquisadores, desacreditam analistas e, principalmente, despertam o inconformismo dos perdedores. Em tempos passados, costumavam relacionar os desfechos eleitorais, nem sempre confirmando as perspectivas, a personagens e eventos imprevisíveis, como sexo de bebês em gestação, antes das ultrasonografias, tanto quanto o que poderia sair da cabeça de julgadores. As evoluções científicas e os avanços tecnológicos, tornaram sabidas de antemão somente se os bebês serão femininos ou masculinos. Continuaram para o fim a apuração das urnas e a definição final dos vitoriosos, que conseguiram surfar nas ondas dos acontecimentos e lograram os benefícios proporcionados pelos movimentos favoráveis das nuvens. Exemplo emblemático foi a última eleição geral , quando ficaram para trás candidatos com nomes nacionalizados e teoricamente preferenciais nos institutos de pesquisas e nas avaliações dos pretensos detetores dos anseios populares. Em nome do fenômeno, então cognominado de "novo", colégios eleitorais de maior número e consequente relevância político-eleitoral superior, como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, promoveram a vertiginosa subida ao pódio dos improváveis, onde os louros da vitória também couberam a candidato que ninguém imaginaria chegasse à presidência. Nuvens político-eleitorais poderão ficar ainda mais passageiras sobre as possibilidades nas eleições vindouras, tendo como ponto de partida a eleição municipal deste ano, assumindo, em princípio, o caráter de uma prévia do que virá a acontecer no pleito geral de 2022. Estarão sob a influência dos movimentos nos céus e na terra, em constante agitação desde que tomaram posse os que não se revelaram tão "novos" como se apresentavam, com muitas e viciadas caras "velhas", herdadas ou encarnadas, maquiadas em discursos requentados, empunhando as bandeiras das legendas com novos nomes e antigas práticas. Nesta altura do calendário eleitoral, quando ainda se define a eleição da pandemia, já é perceptível a alteração de possibilidades no mapa das prováveis candidaturas e respectivos "cabos eleitorais". Há uma frustração pelo mau desempenho do que deveria ser o "novo", reencarnando o espírito danoso do "velho" que deveria permanecer sepultado. Nuvens e ondas estão desfigurando e submergindo muitos que deveriam ser grandes "patrocinadores" de potenciais candidaturas antes viáveis, contaminados pela corrupção da pandemia, nas velhas práticas que o eleitor deseja exterminadas por um novo verdadeiro. Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave colunas linomar bahia COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Linomar Bahia . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM LINOMAR BAHIA Linomar Bahia Falem mal... 10.04.23 10h33 Linomar Bahia Milhões ao mar 27.03.23 13h38 Linomar Bahia Pêlo em ovo 23.03.23 15h31 Linomar Bahia “É proibido proibir" 15.03.23 16h12