Afinal, o que é verdade, ou não? Linomar Bahia 31.05.20 8h00 A volta das "fake news" à cena política, renova a pergunta, milenarmente sem resposta definitiva, sobre o que é a verdade. Seus conceitos são objetos discussões desde os tempos bíblicos, considerações filosóficas e chegando ao cotidiano dos negócios e nas relações institucionais. Segundo a Bíblia, a verdade, em contraposição com a mentira, está consagrada na Palavra de Deus, revelada em Jesus Cristo, inserida nas descrições linguísticas como designativa do que existe, é real e correto, variando seus significados entre “ser o caso”, “estar de acordo com os fatos ou a realidade” ou, ainda, ser fiel às origens ou a um padrão. Nunca houve, nem há como imaginar que poderá haver, algo que possa ser classificado como verdade eterna, impensáveis são as condicionantes a algum episódio e ao momento em que ele transcorre, exposta às mutações e reformulações inerentes à própria dinâmica da vida e a evolução dos fatos. Compulsando as conceituações sobre a verdade, formuladas por celebrados pensadores, como Sócrates, Aristóteles, Platão, Nietzsche Kant e Descartes, emergem as diferenças e suscitam as mesmas discussões que a verdade já suscitava nas respectivas épocas, nada podendo indicar alguma definição inquestionável. Até parece que as mentiras surgiram agora, tamanhas as repercussões e estresses no confronto com supostas verdades, utilizadas contra e a favor por reis, imperadores, ditadores, em guerras e na paz, antes chamadas "lorota", "boato" e "fofoca", adequando o uso às finalidades e canais das épocas. Já foram "armas" em conflitos, anotadas nas anotações do general chinês Sun Tzu, no clássico milenar "Arte da Guerra". Através dos tempos e evoluções tecnológicos, adquiriram mil e uma utilidades, em que prejudicados e beneficiários apenas trocam de posições ao sabor das circunstâncias e interesses. Segundo o dicionário de Merriam-Webster, considerada, desde 1828, a maior e mais completa obra do gênero em língua inglesa do mundo, a origem da palavra "fake news" data da Inglaterra do século XIX, então designando forma de calúnia, pontuando ações e reações onde quer que existam seres humanos. Há verdadeiros centros produtores de notícias falsas, como a antiga Iugoslávia, hoje Macedônia. Estudos de Robert Feldman, da Universidade do Massachusetts, concluíram que o ser humano conta, ao menos, três mentiras a cada 10 minutos, inclusive como vício e compulsão de natureza patológica. A história universal das "fake-news" lista uma legião de famosos, vítimas de injúrias e calúnias que caracterizam a capacidade destrutiva de honras e "status" de mensagens falsas. Consta, por exemplo, que durante a batalha naval de Actium, na Roma antiga, Otávio, que viria a ser o futuro imperador Augusto, espalhou que Marco Antônio, tido como amante de Cleópatra, a rainha do Egito, que estava em guerra com Roma, planejava mudar a capital do Império para o Egito. Também inventaram o sucídio de Cleópatra, fazendo com que Marco Antônio também se matasse, exemplo histórico dos malefícios dessa prática. Mas o maior "fake news" da história teria sido a chamada "Doação de Constantino", denunciando que o Imperador Constantino teria doado ao Papa Silvestre parte da Itália e outros territórios à igreja católica, assim fortalecendo o poder e a influência da cúria romana na Idade, Média, falsidade que seria comprovada somente mil e cem anos depois. Na Primeira Guerra Mundial, entre 1914 e 1918, durante a invasão da Bélgica, os alemães espalharam que mulheres franco-atiradoras matavam os militares alemães, deflagrando um massacre da população civil belga, simbolizado eternamente em milhares de cruzes no país Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave colunas linomar bahia COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Linomar Bahia . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM LINOMAR BAHIA Linomar Bahia Faltam eles 11.08.23 13h35 Linomar Bahia Reforma para inglês ver? 24.07.23 16h24 Linomar Bahia Ativismo linguístico 18.07.23 11h52 Linomar Bahia Efervescência nacional 02.07.23 10h25