LINOMAR BAHIA

LINOMAR BAHIA

Jornalista e radialista profissional. Exerceu as funções de repórter, redator e editor de jornais e revistas, locutor, apresentador e diretor de emissoras de rádio e televisão. Articulista dominical de O Liberal há mais de 10 anos e redator de memoriais, pronunciamentos e textos literários. | linomarbahiajor@gmail.com

Afinal, o que é verdade, ou não?

Linomar Bahia

A volta das "fake news" à cena política, renova a pergunta, milenarmente sem resposta definitiva, sobre o que é a verdade. Seus conceitos são objetos discussões desde os tempos bíblicos, considerações filosóficas e chegando ao cotidiano dos negócios e nas relações institucionais. Segundo a Bíblia, a verdade, em contraposição com a mentira, está consagrada na Palavra de Deus, revelada em Jesus Cristo, inserida nas descrições linguísticas como designativa do que existe, é real e correto, variando seus significados entre “ser o caso”, “estar de acordo com os fatos ou a realidade” ou, ainda, ser fiel às origens ou a um padrão.

Nunca houve, nem há como imaginar que poderá haver, algo que possa ser classificado como verdade eterna, impensáveis são as condicionantes a algum episódio e ao momento em que ele transcorre, exposta às mutações e reformulações inerentes à própria dinâmica da vida e a evolução dos fatos. Compulsando as conceituações sobre a verdade, formuladas por celebrados pensadores, como Sócrates, Aristóteles, Platão, Nietzsche Kant e Descartes, emergem as diferenças e suscitam as mesmas discussões que a verdade já suscitava nas respectivas épocas, nada podendo indicar alguma definição inquestionável.

Até parece que as mentiras  surgiram agora, tamanhas as repercussões e estresses no confronto com supostas verdades, utilizadas contra e a favor por reis, imperadores, ditadores, em guerras e na paz, antes chamadas "lorota", "boato" e "fofoca", adequando o uso às finalidades e canais das épocas. Já foram "armas" em conflitos, anotadas nas anotações do general chinês Sun Tzu, no clássico milenar "Arte da Guerra". Através dos tempos e evoluções tecnológicos, adquiriram mil e uma utilidades, em que prejudicados e beneficiários apenas trocam de posições ao sabor das circunstâncias e interesses.

Segundo o dicionário de Merriam-Webster, considerada, desde 1828, a maior e mais completa obra do gênero em língua inglesa do mundo, a origem da palavra "fake news" data da Inglaterra do século XIX, então designando forma de calúnia, pontuando ações e reações onde quer que existam seres humanos. Há verdadeiros centros produtores de notícias falsas, como a antiga Iugoslávia, hoje Macedônia. Estudos de Robert Feldman, da Universidade do Massachusetts, concluíram que o ser humano conta, ao menos, três mentiras a cada 10 minutos, inclusive como vício e compulsão de natureza patológica.

A história universal das "fake-news" lista uma legião de famosos, vítimas de injúrias e calúnias que caracterizam a capacidade destrutiva de honras e "status" de mensagens falsas. Consta, por exemplo, que durante a batalha naval de Actium, na Roma antiga, Otávio, que viria a ser o futuro imperador Augusto, espalhou que Marco Antônio, tido como amante de Cleópatra, a rainha do Egito, que estava em guerra com Roma, planejava mudar a capital do Império para o Egito. Também inventaram o sucídio de Cleópatra, fazendo com que Marco Antônio também se matasse, exemplo histórico dos malefícios dessa prática.

Mas o maior "fake news" da história teria sido a chamada "Doação de Constantino", denunciando que o Imperador Constantino teria doado ao Papa Silvestre parte da Itália e outros territórios à  igreja católica, assim fortalecendo o poder e a influência da cúria romana na Idade, Média, falsidade que seria comprovada somente mil e cem anos depois. Na Primeira Guerra Mundial, entre 1914 e 1918, durante a invasão da Bélgica, os alemães espalharam que mulheres franco-atiradoras matavam os militares alemães, deflagrando um massacre da população civil belga, simbolizado eternamente em milhares de cruzes no país

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