Confira a avaliação do que rola na telona pelo crítico de cinema Marco Antonio Moreira

“Jojo Rabbit”

Os filmes sobre a Segunda Guerra Mundial geralmente provocam muito interesse do público. É curioso perceber que sobre a primeira guerra mundial, tão violenta, poucas vezes tiveram atenção especial do mercado de exibição e público. “1917” de Sam Mendes é uma das exceções.

Em “Jojo Rabbit”, Jojo tem 10 anos, que trata o líder nazista Adolf Hitler como amigo próximo na sua imaginação, sonha em participar da Juventude Hitlerista, grupo composto por outras pessoas que admiram os ideais nazistas. Mas, um dia, Jojo descobre que sua mãe esconde uma judia no sótão de casa e diversas situações de conflito e empatia surgem na casa.

Elogiado e criticado pelo tom cômico presente no roteiro, o filme agradou grande parte de Hollywood. “Jojo Rabbit” concorre em 6 categorias, incluindo melhor filme. Premiado em alguns festivais e com alta aprovação popular, este filme deve ser um dos sucessos de bilheteria após a premiação do “Oscar”. No elenco, destaque para Scarlett Johansson. 

“Corniche Kennedy”

Um grupo de jovens em Marselha está aproveitando ao máximo o que as praias do local e sua própria juventude podem oferecer. No azul do mediterrâneo e em meio ao luxo, decidem correr todos os riscos possíveis e serem os únicos comandantes de suas próprias histórias, desafiando até mesmo a gravidade.

O cinema europeu geralmente tem olhar diferenciado sobre a juventude e seus anseios ao observar particularidades e contextos sociais de seus personagens. Esta produção inédita em Belém pode ser incluída em uma relação de filmes que observa e revela outras características de jovens perdidos sem uma causa que os ajude a entender suas vidas.

A filmografia do Dominique Cabrera é diversificada e inclui documentário e obras de ficção em um estilo que equilibra ambos os formatos e cria uma narrativa muito interessante em “Corniche Kennedy”.  

 “Bixa Travesty”

Um dos grandes sucessos populares do festival de Brasília de 2018 finalmente chega ao nosso circuito. “Bixa Travesty” é um filme que revela atitudes políticas de Linn da Quebrada, cantora transexual negra que produz conteúdo intenso de questionamentos sobre estereótipos de gênero, classe e raça.

Polêmico e profundo nas questões que aborda este documentário é uma prova das novas narrativas do mundo moderno que não aceita mais o preconceito e a discriminação. “Bixa Travesty” de Kiko Goffman e Claudia Priscilla é um trabalho provocador que instiga o espectador a pensar e agir para contribuir nas outras configurações de vida que sempre existiram, mas que, durante longo período, foram escondidas e excluídas.

Veja sem falta. O filme foi selecionado para a Mostra Panorama do Festival de Berlim 2018, fez parte da seleção oficial da Mostra Panorama do 68º Festival de Berlim (2018) e foi exibido na mostra competitiva da 51ª edição do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro.