CARLOS FERREIRA

Jornalista, radialista e sociólogo. Começou a carreira em Castanhal (PA), em 1981, e fluiu para Belém no rádio, impresso e televisão, sempre na área esportiva. É autor do livro "Pisando na Bola", obra de irreverências casuais do jornalismo. Ganhador do prêmio Bola de Ouro (2004) pelo destaque no jornalismo esportivo brasileiro. | ferreiraliberal@yahoo.com.br

Re-Pa: torcida, rivalidade, emoção e, talvez, espetáculo

Carlos Ferreira
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Para os paraenses, a rivalidade Re-Pa está acima do futebol

No ranking que abrange todas as competições oficiais do país, o Remo tem a 16a média de público (13.994) e o Paysandu a 20a (10.246 pagantes por jogo). Leão e Papão são responsáveis por dois terços de todo o público das seis edições da Copa Verde e há dez anos mantêm o Parazão entre os cinco campeonatos estaduais com mais torcida. Qual é o segredo do Pará?

Felizmente, os paraenses são muito mais apaixonados pela rivalidade Re-Pa do que por futebol. O nível do futebol é secundário e quase não é questionado. Graças ao foco na rivalidade, as duas torcidas estão mobilizadas para lotar o Mangueirão hoje à tarde, embora o Re-Pa não seja nada promissor como espetáculo.

 

Espetáculo talvez, emoção com certeza

Jogo espetacular é uma hipótese que não pode ser descartada, mas é improvável neste Re-Pa. Totalmente voltados para o resultado, pressionados, inseguros e tecnicamente limitados, os dois times estão tensos. Esse clima provoca erros, irritação e inibe a ousadia. O que pode tornar o clássico interessante é um gol nos primeiros minutos, o que forçaria o time em desvantagem a se arriscar. Fora disso, "freio de mão puxado".

De um jeito ou de outro, porém, não vai faltar emoção. Afinal, é Re-Pa, é decisão do passaporte para a final da CV para um e de férias precoces para outro. O espetáculo fica em plano secundário. Para azulinos e bicolores, o que importa mesmo é a classificação com o extremo prazer de eliminar o rival.

 

BAIXINHAS

* Você tem ideia de quais foram  os menores públicos da história do Re-Pa na era profissional? A coluna revela: foram registrados na década de 80.

*  Em 1982, foram vendidos somente 2.074 ingressos num empate em 2 x 2 pelo torneio Taça Cidade de Belém. Pior ainda aconteceu em 1984, com apenas 2.068 pagantes num 0 x 0 pela Taça CBF (2ª divisão nacional).

* Copa Verde e Copa do Nordeste são competições pendentes no calendário da CBF para 2020. Avaliações ainda vão determinar o período mais viável para as duas copas regionais.

* Em compensação, o esticamento da Série C, que irá de maio a novembro, vai ajudar muito os clubes nas contratações. A Série C não será tão atrativa como vitrine, mas vai dar emprego por até sete meses.  

* Há dez dias, Neto Baiano garantiu que não passaria o segundo Re-Pa sem fazer gol. Ficou devendo! E hoje, o homem que diz não passar dois clássicos sem marcar, vai deixar sua marca?

* O centroavante remista passou em branco em seis dos oito jogos que já disputou pelo Leão Azul. Mas tem média de 0,5 por jogo. Quatro gols nos oito jogos, três deles graças à "garapa" do Atlético/AC, na goleada de 6 x 1.

* O Remo garante que Eudes Pedro será o seu técnico em 2020, aconteça o que acontecer nesta Copa Verde. Tanto que o trabalho já tem foco na próxima temporada. O Paysandu quer a permanência de Hélio dos Anjos e ele também. Tudo indica a continuidade no comando de ambos.

* Wilton Pereira Sampaio, árbitro do Re-Pa, tem 37 anos e está há sete temporadas no quadro da Fifa, depois de ter sido premiado como melhor árbitro do Campeonato Brasileiro em 2012. Transmite segurança!

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Carlos Ferreira
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