Serviço ao próximo por amor à Virgem
SEGURANÇA – O efetivo deste ano será reduzido nas celebrações, mas eles mantêm a firmeza da fé
Eles estão sempre presentes nas celebrações da igreja, nas atividades sociais ou no Círio. Os Guardas de Nossa Senhora de Nazaré servem ao próximo em devoção à Virgem Maria. Mesmo sem as romarias este ano, a participação deles será fundamental para garantir a segurança sanitária dos fiéis durante a programação do Círio.
As celebrações terão a presença de apenas 30 Guardas, já que o número de fiéis será limitado, por determinação de decreto estadual. As visitações na Praça Santuário também serão controladas para evitar aglomerações.
“Nós vamos fazer tudo o que for possível para que ninguém corra risco, mas é preciso que todos tenham e mantenham a consciência do momento que estamos vivendo”, alerta o coordenador da Guarda, Guilherme Azevedo.
Ele informou que os guardas do grupo de risco para Covid-19 permanecem afastados dos eventos da igreja. “Este ano, o Círio está sendo difícil pra nós. Não vamos estar ali fazendo aquele cordão, ajudando os promesseiros a pagar suas promessas, dando assistência, mas vamos poder rezar por todos. Esse momento não é de estar se expondo, porque o vírus ainda está circulando, isso é fato. É um Círio em que todos vão estar unidos pela oração. Portanto, vamos ficar em casa, vamos rezar e fazer um Círio diferente, de oração”, reforça Guilherme Azevedo.
VOLUNTÁRIOS
Há cerca de dois mil guardas, entre 18 e 96 anos, e o trabalho é voluntário. Walmir Vieira da Silva, 59, ingressou na Guarda de Nazaré aos 18 anos, estimulado pela família e por um vizinho. “Hoje eu só tenho a agradecer a Nossa Senhora. Pra mim é uma alegria poder servir a Ela”.
A perda de colegas, vítimas da Covid-19, e a suspensão das romarias e de outras atividades da igreja, não esmoreceu Walmir. Ele sabe do seu papel como Guarda da Santa e tenta manter firme a sua fé em dias melhores.
“Sinto-me triste com essas perdas e por não podermos realizar o Círio. Mas tenho fé que isso vai ser passageiro e ano que vem faremos um Círio bonito. Vamos dar a volta por cima!”, disse, confiante.
O funcionário público, Paulo José dos Santos, 46, costumava acompanhar a avó materna nas peregrinações quando criança e na fase adulta foi promesseiro na corda do Círio por 21 anos. “Minha vontade sempre foi estar perto, sentir essa emoção do Círio”.
O incentivo para ser Guarda veio do pai, que exerceu a função por muito tempo na Igreja de Santa Terezinha, no Jurunas. Em 2016, fez o treinamento e ingressou para a Guarda de Nossa Senhora de Nazaré.
Um mês depois, foi vítima de uma bala perdida, quando seguia de bicicleta para a sua residência. O tiro acertou de raspão em cima da imagem de Nossa Senhora, estampada na sua camisa. Até hoje, ele guarda a peça de roupa perfurada com o tiro, que ele considera a prova de um milagre.
“Só o fato de acordar todos os dias, eu já me sinto feliz, agradecido a Deus e a Nossa Senhora, que me deu esse livramento. Ser Guarda pra mim é uma forma de agradecer todas as bênçãos que a gente recebe. Era um sonho do meu pai e meu que eu consegui realizar”.
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