Sem sedação, pacientes acordam e percebem que estão intubados

Esse é o relato de médicos sobre a falta de kit intubação; Secretarias de Saúde de PE e do Recife negam

Redação Integrada com informações do G1
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Profissionais de saúde de Recife (PE) relatam que, devido ao aumento do número de pacientes com covid-19 internados em leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) do Estado, começa a faltar alguns medicamentos do "kit intubação", usados para sedar pacientes que passam pelo procedimento. As Secretarias de Saúde de Pernambuco e do Recife negaram desabastecimento.

A falta de medicamentos, segundo o médico intensivista Arthur Milach, coordenador da UTI-Covid do Hospital de Referência Unidade Boa Viagem Covid-19 e do Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa, ambos no Recife, faz com que não se possa garantir que os pacientes fiquem totalmente inconscientes. Sem sedação, alguns pacientes acordam mesmo intubados.

Segundo ele, quando acaba um sedativo específico, os hospitais podem levar de 48 a 72 horas para conseguir novas remessas.

"As medicações chegam, mas esse período que o paciente fica sem sedação é arriscado e alguns terminam acordando. A quantidade de sedação e o tipo têm que ser reavaliados constantemente", explicou.

"As equipes de enfermagem estão bastante treinadas e ficam próximas dos pacientes, monitorando para que não aconteça uma desintubação. Nesse momento, não é apenas o cansaço que conta, tem também o estresse. A gente precisa ficar a cada momento mais vigilante", relatou Milach.

O médico intensivista Marçal Paiva Junior afirmou que era esperada a escassez de sedativos devido à alta no número de casos.

“Faltam algumas medicações comuns em pacientes intubados e precisamos substituir por outras que não são as melhores, que não são de primeira escolha. Em algumas situações, os pacientes podem ficar mal sedados”, disse Marçal Paiva Junior.

Respostas

A Secretaria de Saúde do Recife, responsável pelo Hospital Eduardo Campos da Pessoa Idosa, negou, em nota, que falte algum medicamento para intubação da rede municipal de saúde e que o estoque desses remédios está regular e é suficiente.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES-PE) informou, por meio de nota, que a rede pública de saúde também conta com estoque suficiente de suprimentos e que tem monitorado permanentemente os estoques dos insumos para manter a rede estadual de Saúde em pleno funcionamento.

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