Reportagem do New York Times contesta eficácia de vacinas chinesas contra variantes da Covid
Matéria diz que imunizantes produzidos no país podem não ter o efeito anunciado, já que a China vive surtos de covid
Matéria publicada nesta terça-feira, 22, pelo jornal The New York Times, colocou em xeque a capacidade das vacinas produzidas na China de impedir a propagação do vírus causador da Covid, em especial as novas variantes em circulação no mundo. A reportagem se baseia em dados de países cuja maioria da população recebeu as doses dos imunizantes produzidos por dois fabricantes chineses e que, na semana passada, encabeçavam o ranking das 10 nações com os piores surtos da doença, como as ilhas Seicheles, Chile, Bahrein e Mongólia.
De acordo com a matéria, todos esses países adotaram as vacinas fornecidas pela Sinopharm e Sinovac Biotech, este último responsável pela Coronavac, que até abril era o imunizante mais utilizado no Brasil.
Para contrapor essa tese o veículo destaca que quase 45% da população dos Estados Unidos foi imunizada com doses das vacinas produzidas pela Pfizer-BioNTech e Moderna, e que no país os casos caíram 94% em seis meses.
O mesmo aconteceu em Israel, que também investiu na compra de vacinas da Pfizer e atualmente tem a segunda maior taxa de vacinação do mundo, atrás apenas das Ilhas Seicheles onde o cenario mudou completamente a partir da mudança de imunizante comprado pelo governo. Quando ainda dependia exclusivamente das vacinas da Pfizer o número de novos casos diários de covid-19 no território caíram para 4,95 por milhão; e agora, após a adoção de vacinas da Sinopharm, esse número chegou a 716 casos por milhão.
Outro exemplo, segundo o NYT, está no Chile, que vacinou boa parte de sua população com a Coronavac, do laboratório Sinovac, e já avalia a aplicação de uma terceira dose em quem recebeu a vacina chinesa, depois de ver os casos aumentarem no país.
No entanto, um estudo feito por pesquisadores do Instituto Butantan com a Coronavac demonstrou a eficácia da vacina, que foi utilizada na cidade brasileira de Serrana (SP), onde a epidemia pode ser controlada com 75% da população imunizada.
O estudo, chamado de Projeto S, teve início no dia 17 de fevereiro e o objetivo era vacinar toda a população adulta da cidade para avaliar a efetividade da CoronaVac. Serrana tem cerca de 45 mil habitantes, dos quais 38% são menores de 18 anos, que ainda não podem ser vacinados por falta de estudos clínicos para essa faixa etária.
Mesmo assim, a Anvisa já autorizou estudos para aplicação de uma terceira dose em quem recebeu as duas aplicações da vacina chinesa.
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